quarta-feira, 24 de julho de 2019

Idosos: Estudo revela enzima que pode aumentar longevidade, qualidade de vida e perda de peso



Se inibida, estrutura pode ainda melhorar a qualidade de vida na velhice.
Queima de gordura seria mais rápida, ajudando na perda de peso.

Uma pesquisa genética identificou uma enzima especializada em queimar gordura, que, se inibida, pode aumentar a longevidade e a qualidade de vida na velhice . O estudo foi publicado nesta terça-feira na revista científica "Cell Reports" e foi conduzido pelo biólogo Hugo Aguilaniu, diretor-presidente do Instituto Serrapilheira. 

Liderados pelo pesquisador, uma equipe do CNRS (Centro Nacional de Pesquisa Científica, na França) usou um modelo genético para experimentar a restrição calórica na presença de oito lipases, enzimas que queimam gordura. Eles identificaram então que a LIPL-5 limita o efeito desta restrição, e, quando inibida, multiplica o efeito positivo de se comer menos.

Aguilaniu afirma que há várias formas de aumentar a longevidade, mas a mais conhecida é a restrição calórica. A descoberta do estudo se deu a partir da procura sobre como essa restrição funciona a nível molecular.

— (A restrição calórica) Tem dois impactos importantes: aumenta a longevidade e melhora qualidade do envelhecimento, diminuindo efeitos das doenças — pontua. — E também perda de gordura. E queríamos saber se havia relação entre perder gordura e longevidade.

Os pesquisadores então começaram a manipular geneticamente enzimas que queimam gordura, lipase. Ao identificarem, a partir de um modelo de laboratório, a LIPL-5, que tem sequência genética muito parecida com a da lipase humana LIPF, os resultados apontam que podem ter impacto na longevidade humana.

— Nossa pesquisa é básica, mostra o que é possível ser feito, abre portas para desenvolver aplicações, como medicamentos que inibam essa enzima. Nosso trabalho é feito em um modelo genético. Nele aumentou a longevidade em cerca de 80% — observa Aguilaniu, pesquisador do CNRS e da École Normale Supérieure de Lyon.

A descoberta pode, então, no futuro propiciar o surgimento de um medicamento que aumente a expectativa de vida de forma considerável, potencializando os benefícios da restrição calórica na longevidade do ser humano e na qualidade de vida.

Fonte: O Globo (23/07/2019)

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