quarta-feira, 11 de março de 2020

TIC: Cresce a procura por sistema que permite fazer reuniões a distância



Com ações negociadas na Nasdaq, a Zoom tem valorização de quase 58% neste ano
Na medida em que os casos da Covid-19 crescem pelo mundo e companhias suspendem viagens de seus funcionários, também aumenta a procura por sistemas de videoconferência. Nas últimas semanas, empresas como Google, Microsoft, Cisco, BlueJeans, Zoom Video Communications e LogMeIn anunciaram que seus produtos estarão disponíveis de graça, ou com mais recursos que os oferecidos anteriormente.  

A ideia é ajudar empresas e organizações a manterem a produtividade em um cenário de mobilidade restrita. O esforço “humanitário” também tende, obviamente, a render dividendos em termos de negócios. Uma vez contido o surto, quem experimentou essa facilidade pode vir a contratar ou ampliar os gastos com esse tipo de tecnologia.   

De acordo com o Google, o interesse pelo assunto videoconferência atingiu, na semana passada, o nível mais alto dos últimos 90 dias, com um aumento nas buscas de 34% em todo o mundo. Já a expressão “work from home” (“trabalhar de casa”) registrou, nos últimos sete dias, o maior número de buscas dos últimos três meses. Os EUA lideram as buscas, com Cingapura e Índia também aparecendo na lista dos cinco países com mais interesse no tema.  

Desce que anunciou, há cerca de dez dias, que quatro produtos de sua linha GoToMeeting estarão disponíveis gratuitamente por um prazo de 90 dias, a americana LogMeIn viu o uso crescer mais de 20%. Em áreas mais atingidas, como a Ásia e a Itália, o acesso dobrou em relação ao uso normal. A BlueJeans viu o tráfego quadruplicar na China e triplicar na Ásia como um todo entre o começo de janeiro e meados de fevereiro.  

Com ações negociadas na Nasdaq, a Zoom tem sido um destaque positivo em meio às turbulências do mercado como um todo. Seus papéis apresentam uma valorização de quase 58% no acumulado do ano, frente a uma queda de 16% no S&P 500.   

Segundo Peter Kodic, diretor comercial para a América Latina da LogMeIn, no Brasil ainda não há uma demanda adicional por conta do coronavírus. A procura continua sendo impulsionada pela adoção do trabalho remoto. “Quando profissionais mais jovens, que estão mais acostumados e são afeitos à tecnologia, vão chegando a posições de gestão, o uso avança”, disse. O executivo disse acreditar, entretanto, que o fator coronavírus tende a entrar na conta nas próximas semanas com o aumento do número de casos registrados no país.  

Segundo uma pesquisa da Fortune Business Insights divulgada no fim do ano passado, o mercado global de videoconferência vai mais que dobrar até 2026, passando de US$ 3,02 bilhões em 2018 para US$ 6,37 bilhões. O crescimento tem sido puxado pelas melhorias na qualidade das conexões à internet, que permitem chamadas mais estáveis e de melhor resolução e também pela maior facilidade no uso dos serviços - que já não exigem equipamentos ou espaços dedicados para serem acessados.  

De acordo com Kodic, chamadas de vídeo de serviços gratuitos como WhatsApp e FaceTime, da Apple não representam uma concorrência. “Quando você fala em fechar negócios, você precisa de serviços mais seguros e estáveis”, disse.

Fonte: Valor (11/03/2020)

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