segunda-feira, 7 de agosto de 2017
Fundos de Pensão brasileiros apresentam a 3a. maior rentabilidade no mundo, descontada a inflação
Qualidade de gestão é sempre algo fundamental, mas ninguém seria capaz de colocar em dúvida que isso é ainda mais importante em uma atividade como a previdência complementar fechada, onde gestores e processos qualificados são a base da necessária confiança que deve existir em uma relação entre entidade e participante que se estende por décadas. Especialmente por isso merece ser notado o terceiro lugar conseguido pelo sistema brasileiro em um ranking, divulgado agora pela OCDE – Organização para o Desenvolvimento e a Cooperação Econômica, que traz a rentabilidade real em um universo de nada menos de 50 países.
À frente do Brasil, que alcançou no ano passado o terceiro lugar com uma rentabilidade de 7,98% (subtraído o INPC), ficaram a Armênia (10,23%) e a Polônia (8,30%). Vêm depois a Dinamarca (7,76%), República Dominicana (7,62%), Holanda (7,21%), Croácia (6,79%), Costa Rica (6,34%), Peru (6,27%) e Sérvia (5,74%) e outros 40 países, conforme o quadro ao final.
Comparação
E diga-se que o Brasil aparece bem em um ambiente em que a enorme maioria dos países registra crescimento da rentabilidade de seus sistemas de previdência complementar.
Portanto, a comparação se faz com nações que também apresentam percentuais expressivos, o que só valoriza o resultado alcançado pelos brasileiros. As estatísticas preliminares da OCDE sugerem que os ativos dos pension funds cresceram na maioria das economias em 2016. Houve expansão em 32 das 35 economias da OCDE e 25 das 27 daquelas não pertencentes à organização.
Os investimentos realizados pelos pension funds nos países da OCDE ultrapassaram a marca de US $ 25 trilhões, sendo que o crescimento foi de de 4% na Austrália, Canadá, Holanda, Suíça e Estados Unidos, que estiveram entre os maiores mercados em termos de ativos em 2016.
Mais que o PIB
Um detalhe importante: Os ativos de pensão privada excederam o PIB em 2016 em sete economias: Austrália, Canadá, Dinamarca, Islândia, Holanda, Suíça e Estados Unidos.
O fato de tantos países acumularem uma poupança previdenciária superior aos seus PIBs escancara a importância de se ter essas reservas acumuladas em um nível assim elevado e, ainda mais, porque todas que assim procedem são nações bem sucedidas. No Brasil, a participação da previdência complementar fechada no PIB é de 13%, um percentual obviamente modesto se comparado, por exemplo, aos mais de 200% da Austrália. A discrepância entre os dois percentuais pode muito bem ajudar a entender, por uma simples relação de causa e efeito, as diferenças entre os resultados alcançados pelos dois países em sua esfera social e na economia.
Todas as estatísticas mostram o Brasil como um dos países com menor taxa interna de poupança até mesmo na América Latina, algo para o que a Abrapp vem continuamente chamando não apenas a atenção, mas também apontando uma solução, que é a mesma que o Mundo adota: o fomento da poupança previdenciária. Esta é por sua própria natureza voltada para o longo prazo e, como tal, capaz de ajudar a renovar a infraestrutura e atender as demandas das empresas e de seus projetos.
Com o esgotamento do modelo de crescimento apoiado em consumo e endividamento das famílias e do Governo, somado ao quadro fiscal altamente restritivo, não há gastos ou capacidade de investir capazes de operar um milagre. Nesse quadro, fomentar a poupança previdenciária, como defende a Abrapp, parece o caminho mais que natural.
Fonte: Diário dos Fundos de Pensão (07/08/2017)
Postado por
Joseph Haim
às
18:54:00
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