quinta-feira, 10 de agosto de 2017

INSS: As mentiras sobre a Reforma da Previdência na visão do VP da Associação de Engenheiros da Petrobras (Aepet)


"Depois de afirmarem que a Previdência do setor privado é deficitária e serem desmoralizados pela tese de doutorado da professora Denise Gentil (UFRJ) e pela cartilha (https://youtu.be/_GFzBhb16K8) da Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), que provam que a Previdência não tem déficit, e sim que o governo usa as contribuições a ela destinadas para pagar juros absurdos da dívida mobiliária, os porta-vozes dos bancos na grande mídia saíram com mais uma falácia: na página 17 de O Globo do dia 8/8/2017 afirmam que as despesas previdenciárias hoje abocanham 56,8% do Orçamento da União.

Vendo o gráfico atualizado da Auditoria Cidadã da Dívida a realidade é bem diferente. Ou seja, o governo gasta com o pagamento dos juros e amortizações da dívida cerca de 50,66% do seu orçamento, enquanto com a Previdência gasta menos de 20%.

Quais as razões dessas mentiras, que desmoralizam os seus autores?

Segundo a coordenadora do movimento pela Auditoria Cidadã, Maria Lúcia Fattorelli, o sistema financeiro, que faz parte do modelo neoliberal, está agonizando e, desesperado para sobreviver. Uma das saídas é apoderar-se dos recursos da Previdência, usando membros de um governo corrupto e desmoralizado para impor a sua estratégia gananciosa sobre a nação.

Tendo como ministro da Fazenda um banqueiro sócio do Banco Original e, como presidente do Banco Central um banqueiro do Itaú, os juros reais do Brasil se mantêm como os maiores do mundo, mesmo que o último argumento – a inflação alta – tenha caído para um índice abaixo do centro da meta, deixando o governo sem justificativa para não reduzir juros.

Outra investida é sobre os fundos de pensão, através da reforma da Previdência. Tão decantada na grande mídia aliada, o medo desta reforma tem levado as pessoas a correrem para os VGBL dos bancos, que apresentaram um crescimento de 130% em um ano. Esses fundos são verdadeiras arapucas. Paga-se uma alta taxa de carregamento, que se aproxima de 10% - ou seja, para cada R$ 100 aplicados, já se perde 10% logo de saída. Além disso, há uma taxa de administração alta. Com isso, esses fundos rendem entre 55% e 80% do fundo DI, apenas.

Essa reforma visa também à transferência dos recursos dos fundos de previdência fechada para os bancos. Aproveitando-se da crise que gerou déficit nos fundos de pensão, e da má gestão de alguns deles, fazem forte campanha para se apoderar do montante de R$ 800 bilhões que circula nesse segmento.

Aproveitando-se de um governo ilegítimo, a campanha se faz através de reformas colocadas no Congresso Nacional, como a reforma trabalhista, que destrói direitos dos trabalhadores e uma reforma da Previdência que contradiz o espírito do bem estar social que norteia a Constituição de 1988. Como a economia do país está sendo desnacionalizada aceleradamente, essas reformas têm também por trás os tentáculos das grandes empresas multinacionais, que visam ao lucro, em detrimento dos direitos sociais.

Os acordos do governo Temer com os parlamentares para se salvar da prisão, segundo cientistas políticos, englobam também recursos para as campanhas de 2018 desses parlamentares que se venderam.

A Justiça, por sua vez, tem sido conivente com esse ataque aos direitos do cidadão. Um exemplo é o STF, que tirou o direito de greve de algumas categorias e determinou que as conquistas dos dissídios coletivos agora só valem até o próximo dissídio. Na reforma trabalhista, qualquer comissão de trabalhadores (mormente pelegos) podem fazer um acordo espúrio com o patrão e este prevalecer sobre a legislação.

É preciso que o povo se mobilize antes que a vaca vá totalmente para o brejo."

Fonte: Site Portogente, Autor: Fernando Siqueira, VP da Aepet (10/08/2017)

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