Estudo: Rumos da aposentadoria em 17 países
Não é de hoje que o tema aposentadoria lista no topo da agenda de preocupações de governos do mundo inteiro. E a crise dos países na zona do euro e nos Estados Unidos, com elevados índices de endividamento, as mudanças demográficas, o envelhecimento e a longevidade da população mundial potencializaram as discussões para além da esfera governamental.
Com base nesse cenário global e com o entendimento de que a aposentadoria não é o fim, mas o começo de uma nova era, o HSBC, realizou, em parceria com a Cícero Consulting, o sexto levantamento sobre o tema em 17 países. Foram ouvidas 17 mil pessoas das classes A, B e C, entre 30 e 60 anos, para saber o que elas pensam e como se preparam, ou prepararam, para a aposentadoria. As conclusões servem de apoio tanto para políticas sociais a serem implementadas pelos governos quanto para futuras estratégias de mercado das seguradoras. A intenção do banco é que o estudo sirva de guia de consultas e bússola a nortear as famílias a planejar os seus investimentos.
Os resultados da pesquisa constam do relatório O Futuro da Aposentadoria - O Poder do Planejamento 2011, no qual se observa como as percepções da aposentadoria estão mudando e o que isso significa para os padrões de trabalho, lazer e condições de vida das populações ouvidas. "O levantamento traz um ferramental importante de análise, com base em um retrato da realidade, que nos permite afirmar que o planejamento tem um poder fundamental para maximizar um maior retorno sobre os investimentos no longo prazo", afirma Edson Lara, diretor do HSBC Seguros no Brasil.
Na China e na Índia, as famílias poupam cerca de 38% e 35% de sua renda, respectivamente, até em situação de crise
Na opinião do executivo, essas mudanças refletem tanto as tendências demográficas como os desenvolvimentos econômicos recentes. Há uma divergência entre as nações industrializadas do Ocidente e as economias emergentes na Ásia e a forma como as famílias planejam ou não a sua aposentadoria.
Nos mercados emergentes, nos quais, mesmo durante a crise financeira e a recente recessão econômica global, houve crescimento contínuo do Produto Interno Bruto (PIB), e aumento da renda familiar, registrou-se uma capacidade maior para adotar o hábito de poupar. Na China, por exemplo, as famílias pouparam durante a crise o equivalente a 38% de sua renda; na Índia, o percentual foi de 35%.
Metade dos pesquisados vê a aposentadoria como idade que deveria estar ligada a elementos positivos, a uma época de felicidade, satisfação e liberdade. Mas a aposentadoria traz consigo conotações negativas, e um terço dos entrevistados expressou medo da dificuldade financeira potencial. "Isso porque 60% das pessoas (cerca de 10 mil) disseram não possuir nenhum planejamento ou investimento de longo prazo", avalia o executivo. Para ele, este medo é mais pronunciado entre os que estão mais pertos de se aposentar. "A realidade se impõe para os que estão na faixa dos 50 anos, cujos planos têm a probabilidade de ficar aquém do que precisam", diz Lara.
Por outro lado, observa-se que, mesmo longe do desejado, o nível crescente do patrimônio familiar e o acesso a ativos de poupança de longo prazo nos mercados emergentes tornarão a dependência dos idosos uma característica cada vez menos presente na aposentadoria nas próximas décadas.
Já, nos mercados maduros, que se veem obrigados no momento a estabelecer cortes em benefícios sociais - que por muito tempo foram vistos como modelos a serem seguidos pelo resto do planeta -, o panorama é bem menos positivo. Muitos estão preocupados com que a queda de renda da família, que os deixará em situação pior na aposentadoria do estão, atualmente, seus parentes idosos.
A pesquisa revela também grandes incertezas em relação às mulheres na idade de pré-aposentadoria. As conclusões são que mulheres com idade entre 50 e 60 anos tendem a viver os maiores desafios para financiar a aposentadoria. No total, uma em cada cinco pesquisadas não sabe qual será sua principal fonte de renda na aposentadoria. Apenas 16% afirmaram que seria o sistema de previdência estatal; e 10%, os planos de pensão do empregador.
Os benefícios reais do planejamento financeiro são facilmente identificados neste estudo: os pesquisados que têm um plano financeiro bem estruturado usufruem clara "recompensa" e atingem benefícios financeiros sólidos. Os dados mostram que eles não dispõem apenas de uma gama maior de ativos de aposentadoria, mas também que acumularam um valor mais alto para os ativos. "Em média, os planejadores acumulam quase duas vezes e meia (245%) mais em seus planos de aposentadoria em comparação aos não-planejadores, e três vezes mais (319%) em ativos não ligados à aposentadoria", explica Edson Lara.
A pesquisa mostra ainda que, juntamente com os recursos financeiros, os planejadores usufruem benefícios não-materiais, como uma visão mais positiva da vida e menor preocupação com a capacidade financeira na aposentadoria.
E dados positivos surgem entre os mais jovens avaliados no levantamento. Mulheres na faixa dos 30 anos são mais comprometidas do que as que estão próximas dos 50 anos, demonstrando uma mudança de longo prazo no comportamento em família.
As pessoas que fizeram plano com consultoria financeira profissional, em média, têm acumulado mais de três vezes e meia (357%) os ativos da aposentadoria do que os que não se preveniram.
Fonte: Valor Online (28/11/2011)
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Mundo: Como está o preparo para aposentadoria em 17 países
Postado por
Joseph Haim
às
10:52:00
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Aposentadoria,
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