quinta-feira, 17 de setembro de 2020

TIC: Plano da fabricante Trópico é cobrir o deserto digital existente nos rincões do Brasil



Fabricante aposta no uso secundário da frequência de 250 MHz para a oferta de soluções nos rincões do país, onde nenhuma operadora chega.

A fabricante brasileira de equipamentos Trópico tem como plano complementar as redes móveis das grandes operadoras levando tecnologia em 250 MHz para os produtores localizados em desertos digitais – áreas do campo brasileiro onde não há viabilidade econômica para as grandes teles venderem serviços tradicionais de conexão celular.

Conforme explicou hoje, 16, no evento AGROtic, da Momento Editorial, Paulo Cabestré, presidente da Trópico, a empresa vem atendendo grandes empresas do agronegócio e pode fornecer também a pequenos e médios que se unirem para contratar os projetos. A fabricante aposta ainda no crescimento dos negócios em outras verticais cuja produção passa por áreas remotas, como a da mineração, e de modais de transporte, como ferrovias e hidrovias.

Cabestré destacou que há espaço para todos na conectividade rural neste momento. Ele lembrou que dos quase 200 milhões de hectares agriculturáveis brasileiros, parcela ínfima tem alguma cobertura de telecomunicação. “90% da área rural é um deserto digital”, resumiu.

A Trópico desenvolveu tecnologia própria para conectar grandes áreas pouco povoadas usando a frequência de 250 MHz. Segundo Cabestré, a solução é destinada para o serviço limitado privado (SLP) e se aproveita da possibilidade de ocupação da faixa em regime secundário. Há também projetos em 450 MHz e 700 MHz.

Por isso, sugere que a Anatel desenvolva um mecanismo de transição mais longo entre uso de espectro em caráter secundário e primário. Atualmente, há a possibilidade de que o dono da licença da faixa ociosa e que decida ocupá-la tenha acesso em seis meses.

Para Cabestré, a agência precisa ter um mecanismo jurídico de arbitragem e prever uma solução que dê tempo à empresa usuária em caráter secundário encontrar uma alternativa a fim de preservar sua viabilidade econômica.

“Seja qual for a tecnologia, a arbitração para quem usa em caráter secundário é necessária. A Anatel deve criar um processo operacional para coexistência numa etapa de transição, para o usuário em caráter secundário encontrar alternativa. É importante que fique bem clara no quadro regulatório”, cobrou o executivo. 

A agência está elaborando neste ano o regulamento para funcionamento do mercado secundário de espectro. Além disso, hoje tem a resolução 671/16, que trata do assunto. Além de prever seis meses para retomada da faixa, a resolução obriga negociação prévia entre as partes e garante o uso em caráter secundário até a ocupação definitiva pelo titular.

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