Rodrigo Abreu, CEO da empresa, afirma que, após pagar R$ 160 mi a novos credores com a venda dos imóveis, poderá realocar o restante dos recursos em outros projetos.
O grupo Oi espera arrecadar cerca de R$ 1,5 bilhão a R$ 2 bilhões com a venda dos imóveis que estarão liberados para sua comercialização. Boa parte deles não são bens reversíveis e estão disponíveis para venda aos poucos em busca das melhores ofertas e não serão totalmente destinados ao pagamento de novos credores, disse o CEO da operadora, Rodrigo Abreu, na coletiva de imprensa após a aprovação pelos credores do aditivo ao Plano de Recuperação Judicial. Mas não há prazo para a conclusão da alienação dos bens imobiliários.
Em resposta a uma pergunta do Tele.Síntese sobre a venda dos bens imobiliários, Abreu citou que eles também fazem parte do PRJ, mas serão alienados no melhor momento, diferentemente do cronograma já definido com as cinco unidades produtivas isoladas que já contam com ofertas de aquisição.
“Essas vendas dos imobiliários têm um cronograma mais alongado do que a venda dos ativos considerados grandes, que são as torres, data centers e ativos móveis”, comparou. “Tem que passar por um processo de venda no varejo”, acrescentou, comentando que não é qualquer um que queira liquidar uma carteira com milhares de imóveis. A estimativa é que a Oi possui 7 mil imóveis entre os bens reversíveis e não.
Livre após Quitação
Abreu confirmou acordo celebrado com o Ministério Público do Rio de Janeiro para destinar 30% da venda dos imóveis, no limite de R$ 160 milhões, para o pagamento de créditos extraconcursais, ou seja, contraídos após o PRJ, em 20 de junho de 2016. Explicou, porém, que, “na prática, apenas uma pequena parte vai ser destinada a essa quitação”, visto que os “imóveis na sua totalidade tem um valor muito superior”, acredita.
A partir desta quitação, a companhia está livre para fazer o processo de venda. “Então, isso não se aplica a todos os ativos ou a qualquer valor de imóvel que a gente venda porque uma vez completado o pagamento desse valor de R$ 130 milhões não existiria mais nenhuma destinação de venda para o pagamento de credores”.
Migração
Em relação a uma definição da empresa sobre a migração do modelo de concessão da telefonia fixa para o de autorização e investimentos em banda larga, Abreu afirmou que as condições para esse processo ainda estão sendo estudadas.
“Caso [as condições] sejam consideradas viáveis do ponto de vista econômico, financeiro e operacional pela companhia, sem dúvida nenhuma existe o interesse”, disse. “Obviamente não é possível imaginar que a companhia faria uma migração como essa perpetuando uma situação de insustentabilidade econômica e financeira”, observou.
Plano Estratégico
Sobre o apoio da ampla maioria dos credores, Abreu destacou que a aprovação do aditamento do PRJ permite a continuidade de seu plano estratégico, focado na expansão de fibra óptica para atendimento a diferentes perfis de clientes – residenciais, empresariais, corporativos, governo e atacado.
“Demos um passo fundamental para a criação da maior empresa de infraestrutura de telecom do país, que vai promover a massificação da fibra óptica, possibilitando a expansão da banda larga de altíssima velocidade e também viabilizando a futura implementação da tecnologia 5G no país, como previsto no plano de transformação do negócio que estamos executando. Além de garantir a sustentabilidade da companhia a longo prazo, essa reestruturação vai gerar valor para acionistas, credores, clientes e para a sociedade de maneira geral”, afirmou.
Fonte: Tele.Síntese (09/09/2020)
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