sábado, 7 de setembro de 2019

Meu Bolso: Alguns títulos do Tesouro Direto, que são alternativa à aposentadoria, renderam mais que ouro, Ibovespa e fundos de pensão em 2019



O Tesouro IPCA+ 2045 acumula rentabilidade de 42,3% de janeiro a agosto, quase o triplo do desempenho do Ibovespa no mesmo período

A montanha-russa de emoções que foi o mês de agosto não atingiu apenas as aplicações em renda fixa. Assim como o Ibovespa, que caiu 1,27% no mês passado, a maior parte dos títulos do Tesouro Direto encerrou o mês no vermelho diante do aumento das incertezas e, em consequência, do "prêmio" maior pedido pelos investidores.

No entanto, se observado o desempenho desses títulos no acumulado de 2019, tem aplicação com rendimento superior ao do ouro, que ganhou as manchetes do noticiário financeiro ao disparar 17,95% em agosto e acumular ganhos de 34,13% no ano.

É o caso do Tesouro IPCA+ com vencimento em 2045 que acumula rentabilidade de 42,3% de janeiro a agosto, quase o triplo do desempenho do Ibovespa no mesmo período.

Entre os títulos atrelados à inflação, o IPCA+, também mostram rentabilidade superior ao Ibovespa aqueles com vencimento em 2035 e os títulos IPCA+ com juros semestrais para 2035, 2045 e 2050.

Os títulos prefixados com juros semestrais com vencimento em 2027 e 2029 também tiveram desempenho superior ao Ibovespa no acumulado deste ano.

Confira o desempenho em agosto e no ano dos títulos do Tesouro Direto

Tradicionalmente, a renda fixa paga menos ao investidor do que a renda variável justamente porque é menos arriscada. Mas se o Tesouro Direto é renda fixa, por que tanta variação em agosto e no ano?

Os títulos do Tesouro Direto têm marcação a mercado, ou seja, o preço pode subir ou descer conforme o cenário econômico e político, o que permite aos investidores - se assim quiserem - especularem por ganhos mais elevados, como o observado de janeiro a agosto.

No entanto, quem comprou títulos no primeiro dia de agosto encerrou o mês, na maior parte dos vencimentos, com rentabilidade negativa.

Mas calma, isso não significa necessariamente prejuízo. O lucro ou prejuízo só é efetivado no seu bolso se você vender seu título. Enquanto ele está na sua carteira de investimentos, nada acontece. Se você levá-los até o vencimento terá com certeza o retorno que 'contratou' quando comprou o papel. Mas é isso, precisa ter sangue frio e planejamento para conseguir levar o título até o fim.

A maré também pode virar e os títulos podem se valorizar nos próximos meses e oferecer uma rentabilidade superior à combinada. Tudo pode acontecer no meio desse caminho. Para o bem ou para o mal, lembre-se sempre disso.
Segue valendo a regra máxima do mundo dos investimentos: rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.
Ou seja, não significa que você tem a mesma rentabilidade se já investe em um desses títulos (vai depender do preço que você comprou), e nem há garantias de que essa valorização irá se repetir para quem comprar o mesmo título hoje.

No longo prazo, a premissa continua a mesma: investimentos de renda variável, como ações e fundos imobiliários, tendem a se valorizar mais que o Tesouro Direto em cenário de juros baixos e de expectativa de recuperação do crescimento da economia.

Fonte: Valor Investe (03/09/2019)

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