sábado, 21 de setembro de 2019

Patrocinadoras: Nova lei de telecom ajuda Oi em meio bilhão de reais por ano, calcula Fitch. Reuters relata negociações com Telefonica e TIM



A aprovação da nova lei de telecomunicações pelo Congresso Nacional deu início a uma nova onda de especulações e apostas sobre o futuro da Oi, a mais recente sobre tratativas para a venda da operação de telefonia celular para Telefônica ou TIM, negadas textualmente pelas duas operadoras.
Em outra ponta, a mudança no marco legal do setor também projeta ganhos diretos. Segundo a agência de risco Fitch, o fim da concessão representa um corte de R$ 500 milhões por ano nos custos da supertele.

Divulgado na véspera, o relatório da Fitch associa a sustentabilidade da Oi à geração de receita com os recentes investimentos, centrados na ampliação da rede de fibra óptica, e à geração de caixa com a venda de ativos. Noção realimentada nesta quinta, 19/9, com relato da agência Reuters de que a Oi mantém negociações com Telefónica e Telecom Italia para a venda do negócio de telefonia móvel, onde tem 35 milhões de clientes, 16% do mercado celular do Brasil e dois terços de seus próprios acessos em serviço. O grupo TIM nega qualquer negociação com a Oi. 

Diz a agência de classificação de risco que “o cenário-base para a Oi não inclui fusão ou aquisição por empresas do setor nacionais ou estrangeiras”, mas admite que “a empresa indicou que a venda de sua unidade de telefonia móvel é possível, e a Fitch acredita que o motivo seria estratégico e não financeiro, diante das possibilidades que a empresa possui a curto prazo”.

Do ponto de vista da agência, “a tão aguardada aprovação da nova Lei Geral das Telecomunicações beneficiará a empresa ao dar propriedade privada aos ativos após o fim das concessões, além de eliminar as obsoletas obrigações de instalação de telefones públicos e linhas fixas. Com o fim das restrições a venda de ativos, as concessões de telefonia fixa poderão ser convertidas em investimentos em banda larga”. 

A avaliação é de que “isto beneficiaria principalmente a Oi, tendo em vista sua nova estratégia estar focada em banda larga e suas perdas em telefonia fixa. A lei também permitirá que a Oi venda alguns imóveis, reinvestindo o montante no desenvolvimento de fibra ótica. Embora a lei tenha sido aprovada, a Fitch acredita que sua implementação possa levar de 12 a 18 meses. De forma geral, a Fitch estima que a nova lei possibilite uma economia de custos de, pelo menos, R$ 500 milhões por ano para a Oi”.

Conclui a Fitch que “a curto prazo, a trajetória de rating da Oi depende de sua capacidade de captar recursos ou monetizar ativos. A médio prazo, a sobrevivência da empresa depende de sua capacidade de obter retorno dos elevados investimentos em redes antes de voltar a pagar juros e principal da dívida reestruturada”. E acredita que “embora uma mudança na composição da administração pareça provável, diante da pressão dos acionistas e da criação de uma posição de COO (diretor de operações), resta ver o impacto que isso terá sobre a execução da estratégia da empresa ou sobre sua tomada de decisões táticas”.

Fonte: Convergência Digital (19/09/2019)

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