terça-feira, 26 de maio de 2020

Fundos de Pensão: Dirigentes eleitos da Previ (BB) defendem Banco do Brasil público, assim como a governança daquele fundo de pensão



No meio da maior crise em mais de um século, com consequências devastadoras para a economia mundial, nesta semana outra ameaça voltou a pairar sobre nossas cabeças: a privatização do Banco do Brasil.
Foi o que mais uma vez defendeu o ministro Paulo Guedes, na famosa reunião ministerial definida por um ministro do STF como “conversa de bordel”.

É um grande sonho dos ultraliberais entregar o Banco do Brasil ao mercado. E junto, a Previ.

Essa ideia do Estado mínimo não está apenas defasada. Já vinha sendo questionada pelo próprio FMI e economistas liberais, mesmo antes da decisiva intervenção dos governos para combater a pandemia da Covid-19 e seus impactos econômicos e sociais (exceto no Brasil).

A premissa da primazia do mercado é também falsa. A trajetória do Banco do Brasil prova isso. Nenhum banco privado foi ou é mais importante para a economia do país que o BB. E existem profissionais no mercado mais qualificados que seus funcionários?

A Previ é outro exemplo, por qualquer critério que se adote. Seja pelo tamanho e pela solidez. Pela importância na economia. Pela governança. Seja pela eficiência.

A taxa de administração, por exemplo, é o indicador que mostra a razão entre as despesas administrativas e os ativos totais de um fundo de pensão. Em um plano BD como o Plano 1, as despesas administrativas não interferem no valor dos benefícios, calculados pela média dos últimos salários. Nos planos CD e CV, como o Previ Futuro, os benefícios são calculados pelo saldo de conta individual de cada um. E aí, quanto menores as despesas administrativas, maior será o saldo de conta acumulado e o valor do benefício.

Previ tem segunda menor taxa de administração
Graças às políticas de controle das despesas administrativas e do crescimento dos ativos, a Previ vem reduzindo a taxa nos últimos anos. Segundo estudo da Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar), a média da taxa de administração das dez entidades fechadas com patrimônio superior a R$ 15 bilhões era de 0,30% em 2018. 

A da Previ era a segunda mais baixa, com 0,16%. E no ano passado caiu para 0,14%. É de longe a menor se comparada com os fundos de mercado, como a Brasilprev. Na Sistel essa taxa em 2019 foi de 0,26% (despesas administrativas de R$ 50,75 milhões e ativos totais de R$ 19,4 bilhões, segundo o RAI 2019), enquanto em 2018 foi de 0,29%.

É, portanto, uma grande mentira a tese de Guedes e do mercado – defendida por alguns até dentro do Banco do Brasil – da ineficiência das empresas públicas e das entidades construídas e geridas pelos trabalhadores, como a Previ. ”A paridade na gestão entre eleitos e indicados inclusive na diretoria e a governança bem estruturada ajudam a proteger os interesses dos associados da Previ de ataques do atual governo. Vamos continuar defendendo o BB público e a Previ para os associados”, afirma Rafael Zanon, diretor do Sindicato e conselheiro deliberativo eleito da Previ.

É imprescindível para o desenvolvimento do Brasil o BB continuar público. É necessário assegurar a governança da Previ, para a solidez da entidade, para a tranquilidade e o futuro dos associados do Plano 1 e do Previ Futuro.

Fonte: Associados Previ e FETECCN (21/05/2020)

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