sábado, 16 de janeiro de 2021

Idosos: Será que meu dinheiro vai acabar antes de mim? - parte 2

 


Leia a sequencia da postagem publicada em 08/01/2021, parte 1. Cada um tem suas próprias prioridades. O importante é ser feliz com a escolha

Duas décadas a mais que nossos avós. Uma década a mais que nossos pais. Essa é nossa expectativa de vida média, com base em dados demográficos atuais. Além de viver mais, temos outra diferença em relação a nossos antepassados: eles podiam contar com a previdência oficial vitalícia nos últimos anos de vida. Nós não podemos. Precisamos montar o nosso próprio colchão de segurança. Na coluna da semana passada, comecei uma conversa sobre esse assunto com Viviane Salviato e Adriano Francisco, especialistas em previdência privada com foco em longevidade da Brasilprev.

Ambos foram categóricos: muitos de nós não estamos preparados financeiramente para esses anos a mais que teremos lá no fim. Há dois tipos de pessoas despreparadas: a mais grave, que nada guardou, e aquela que guardou, mas está fazendo escolhas erradas na hora de usar o recurso poupado. Para as primeiras, há um único conselho: comece a guardar agora, seja qual for a sua idade. Nunca é tarde, apenas tome cuidado para não optar por investimentos de alto risco, que podem render muito hoje, mas também virar fumaça amanhã. Dependendo da sua idade, não vai dar tempo de recuperar o dinheiro perdido.

Para aqueles que fizeram o pé de meia, muita atenção às palavras da Viviane: “diversifique a sua renda”. Lembra do conselho sobre diversificar investimentos? Pois ele vale também para a “desacumulação”, termo usado pela Brasilprev para o momento em que você passa a gastar o que poupou. Repetindo: diversifique a sua renda. E se, entre as possibilidades de renda, você tiver um plano de previdência, Viviane e Adriano recomendam uma decisão fundamental para garantir uma renda mínima até o último dia de vida: deixe um montante em renda vitalícia.

Em geral, quando chega a hora de receber seu plano de previdência, as instituições financeiras vão colocar três opções na mesa: 

  • pagamento único (você saca e gasta tudo numa volta ao mundo maravilhosa), 
  • renda por prazo certo (você estima quantos anos ainda vai viver e escolhe receber um valor mensal durante aquele período; vai ser uma boa renda, mas acaba um dia) e 
  • a renda vitalícia (há a garantia de renda mensal para o resto da sua vida). 

É claro que a renda vitalícia não é tão perfeita como parece: se você  fizer a opção hoje e morrer amanhã, todo o saldo fica com a seguradora. Nada para os herdeiros. Em compensação, se viver 100 anos, todo mês vai cair algum dinheiro na conta.

Aproveitando que eu estava com dois especialistas no assunto, quis saber quais as vantagens da previdência em relação a um fundo de investimento qualquer adquirido no banco da minha confiança. São quatro, segundo eles: 

  • (1) para os PGBLs, dedução de até 12% de sua renda bruta anual no imposto de renda; 
  • (2) não ocorrem as famosas come-cotas em maio e novembro; 
  • (3) em caso de morte, o plano de previdência não entra no inventário; basta aos herdeiros juntarem a papelada que o dinheiro será liberado em até 30 dias;  
  • (4) a já citada conversão em renda vitalícia.

A poupança para o futuro, como alertam Viviane e Adriano, não pode ser uma escolha binária entre um ou outro tipo de investimento. É importante diversificar na hora de acumular e na hora de gastar. Mas se você teme que seu dinheiro acabe antes de você, vai precisar de um plano de previdência e fazer a opção pela renda vitalícia. Quanto de renda por mês é necessária? Isso vai depender do seu estilo de vida, de quanto quer gastar com saúde, lazer, moradia, mobilidade, viagens para Paris, Londres e Nova Iorque - ou sustentar o neto na faculdade. Nessa hora, cada um tem suas próprias prioridades. O importante é ser feliz com a escolha.

Fonte: Época Negócios e Maria Tereza Gomes (14/01/2021)

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