quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Previdência Privada: Três mentiras e uma verdade sobre a previdência

 


Decidi entrar na brincadeira que está rolando no Instagram: “Diga uma coisa sobre mim e direi se é verdade ou mentira.”

Essa é uma brincadeira que tem rolado no Instagram nos últimos dias. O dono ou a dona do perfil em questão abre uma caixa de comentários, e os seguidores escrevem algo que acreditam fazer parte da vida dessa pessoa (“você não gosta de acordar cedo”, “jamais tirou zero na escola” e por aí vai). Para cada frase, a pessoa precisa dizer se tal afirmação é mentira ou verdade, o que sempre rende revelações e algumas risadas.

Então, decidi entrar na brincadeira também nesta semana e resolvi pegar as quatro principais afirmações sobre previdência que eu recebi como resposta à minha primeira newsletter do ano. Meu objetivo é cumprir a promessa que fiz de ajudar você com seus investimentos em 2021. Vamos a elas:

“Os fundos de previdência rendem pouco e são caros.”

Mentira. Os fundos de previdência são apenas veículos, grandes cascas em que o gestor, respeitando as limitações impostas pela regulação, investe os recursos da melhor maneira possível. O que acontece é que muitos produtos antigos eram caros em relação ao resultado entregue, mas, de alguns anos para cá, a indústria de previdência aberta no país se revolucionou, e muitos gestores independentes criaram seus próprios produtos. As taxas de administração foram então readequadas, e a taxa de carregamento, nesses casos, praticamente extinta.

“Toda taxa de carregamento é ruim.”

Mentira. Sei que muita gente fala pra você fugir da taxa de carregamento, mas existem alguns casos em que ela pode fazer sentido, como por exemplo quando não existe cobrança de taxa de administração, mais comum na previdência fechada. Nos primeiros anos, essa conta pode ser mais salgada, mas, quando falamos de investimentos com horizontes de 20 a 30 anos, os seus aportes representam uma fatia menor do que os seus rendimentos quando analisamos a composição do saldo investido, e aí você acaba pagando menos. O problema é pagar caro nas duas pontas.

“Eu posso abater no meu Imposto de Renda deste ano as contribuições feitas no meu PGBL de todos os outros anos.”

Mentira. Dúvida importantíssima de muitos leitores, mas que esclareço já: toda contribuição feita em um PGBL deve ser declarada. Porém, o famoso troco no Leão, de até 12% da renda anual tributável, só acontece quando as contribuições de um ano estão ligadas à declaração referente ao mesmo ano. Por exemplo: aportes feitos em 2020 serão declarados no Imposto de Renda de 2021 (referente ao ano de 2020). Os aportes feitos em 2019, 2018 ou outro ano qualquer não entram aqui.

“Eu preciso declarar minha previdência no Imposto de Renda.”

Verdade. Recebi muitas perguntas sobre se era necessário declarar investimentos no Imposto de Renda, até mesmo para aqueles que são isentos, e a resposta é sim! Você precisar declarar sua previdência, seja na aba Pagamentos Efetuados (no caso de PGBL), seja na aba Bens e Direitos (no caso de VGBL).

Quanta coisa a gente pensou que era verdade, não é mesmo? Espero que a brincadeira tenha esclarecido suas dúvidas e te ajudado a decidir a fazer uma previdência em 2021.

Fonte: Valor Investe (20/01/2021)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Este blog não se responsabiliza pelos comentários emitidos pelos leitores, mesmo anônimos, e DESTACAMOS que os IPs de origem dos possíveis comentários OFENSIVOS ficam disponíveis nos servidores do Google/ Blogger para eventuais demandas judiciais ou policiais".