Fundações devem se desfazer da carteira até 2030, segundo norma estabelecida em 2018
Está em discussão no governo uma potencial mudança na norma que obriga os fundos de pensão a vender seus imóveis até 2030, ou transformá-los em lastros de fundos imobiliários no mesmo prazo. Depois de uma série de conversas com entidades fechadas de previdência, a Previc sugeriu ao ministério da Previdência que essa restrição seja eliminada, e a pauta está agora no ministério da Fazenda.
Estabelecida em 2018, a resolução de venda compulsória dos imóveis busca concentrar os ativos dos fundos em veículos líquidos, para que se tenha uma medição mais acurada de marcação de preços. A Previ, uma das fundações com maior carteira em imóveis, já propôs o uso de fundos imobiliários exclusivos, que seriam utilizados para os novos investimentos, mantendo a carteira antiga.
A Previc entende que as fundações devem ter um leque de opções para buscar a rentabilidade para seus participantes e ressalta que fundos estrangeiros de previdência investem no país em imóveis, como prédios corporativos e shoppings - enquanto os locais não poderiam usufruir dessa carteira.
Além disso, estabelecer uma data colocaria pressão nos preços dos imóveis à medida que o vencimento se aproximar, em prejuízo aos participantes dos planos, pondera a agência.
Nesses sete anos desde a norma, as fundações mantiveram os ativos, sem desinvestimentos relevantes. Segundo os dados da Abrapp, imóveis representavam 3,7% do patrimônio total dos fundos em 2018, montante de R$ 32 bilhões. Ao fim de 2023, eram 3,1% do patrimônio, somando R$ 37 bilhões. O diretor de uma fundação relevante disse ao Pipeline que tem evitado novos aportes no segmento, dando preferência a cotas de fundos, mas manteve o portfólio que já tinha e aguarda o andamento do debate na agência.
A resolução é do Conselho Monetário Nacional.
Fonte: PipelineValor (19/08/2024)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
"Este blog não se responsabiliza pelos comentários emitidos pelos leitores, mesmo anônimos, e DESTACAMOS que os IPs de origem dos possíveis comentários OFENSIVOS ficam disponíveis nos servidores do Google/ Blogger para eventuais demandas judiciais ou policiais".