segunda-feira, 26 de agosto de 2024

INSS: Servidores recusam propostas e mantém greve no INSS



Os grevistas consideram que há uma desvalorização do vencimento básico frente às gratificações

Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) decidiram manter, após plenária realizada na quarta-feira (21/8), a paralisação da categoria após recusarem as propostas de reajuste apresentadas pelo governo federal. Segundo o Ministério da Gestão e Inovação (MGI), a oferta prevê um reajuste de até 28,7% até 2026. No entanto, grevistas consideram que a proposta mantém a desvalorização do vencimento básico em relação às gratificações por desempenho (GDASS).

Em nota divulgada nesta quinta-feira (22/8), a Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (FENASPS) pede que o governo federal retome a Mesa de Negociação da Greve. “Os(as) servidores(as) estão dispostos a retornar ao trabalho, mas exigem a garantia de melhores condições de trabalho, o fortalecimento da carreira e o cumprimento do Acordo de Greve de 2022.”

A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social (CNTSS/CUT) afirmou que pedirá um adiamento no prazo de retorno da proposta até o dia 26 de agosto, mas considera que as ofertas não contemplam as reivindicações da categoria. “Há a compreensão de que em ambas as opções apresentadas pelo governo não está contemplado o conjunto das demandas e as necessidades apresentadas pelos servidores. Mesmo sabendo que o diálogo ainda continuará em espaços como as Mesas de Negociação e o Comitê Gestor da Carreira, a opinião das lideranças é que precisam ficar explícitos certos compromissos com a categoria”, segundo nota da entidade.

Por sua vez, o  Sindicato Nacional dos Servidores da Carreira do Seguro Social (SINSSP-BR) encaminhou, no último sábado (17/08), uma denúncia contra o governo federal à Organização Internacional do Trabalho (OIT). O sindicato alega que a União violou acordos internacionais e não cumpriu o Acordo de Greve de 2022.

Judicialização

Com quase 40 dias de paralisação, a greve sofreu um revés após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que limitou a quantidade de servidores que poderão aderir à paralisação. A decisão determina que 85% dos servidores das unidades do INSS devem manter o trabalho durante o período de greve.

A presidente de Corte, ministra Maria Thereza de Assis Moura, considerou que a atividade do órgão é um serviço público essencial e que a paralisação deve evitar que haja mais problemas na análise e concessão de benefícios previdenciários.

Na segunda-feira (19/08), o INSS afirmou que foram identificadas unidades em que mais de 15% dos servidores estavam em greve, em descumprimento da decisão liminar do STJ. O órgão requer que seja aplicada a multa diária prevista de R$ 500 mil. O pedido ainda não foi apreciado pelo relator da ação, ministro Gurgel de Faria

A ação tramita no STJ com número Pet nº 16981

Fonte: Jota (22/08/2024)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Este blog não se responsabiliza pelos comentários emitidos pelos leitores, mesmo anônimos, e DESTACAMOS que os IPs de origem dos possíveis comentários OFENSIVOS ficam disponíveis nos servidores do Google/ Blogger para eventuais demandas judiciais ou policiais".