sábado, 2 de novembro de 2024

Aposentadoria: É preciso saber quando parar e pedir benefício do INSS para evitar traumas, dizem especialistas



Cuidar do psicológico antes da saída do mercado de trabalho ajuda a evitar traumas e declínio, dizem especialistas no Grupo Tribuna

Pessoas com cerca de 60 anos em fim de trajetória profissional precisam se preparar para a aposentadoria definitiva. Isso porque trabalhar o aspecto psicológico antes da saída do mercado de trabalho tende a evitar traumas que resultem em declínio físico e cognitivo. Caso este cuidado não seja tomado, haverá consequências.

Estas são conclusões de participantes do nono fórum deste ano do projeto A Região em Pauta. O evento deste mês ocorreu nesta quarta-feira (30), no auditório do prédio do Grupo Tribuna, em Santos. Desta vez, o tema foi Envelhecer com Qualidade.

Uma das especialistas que abordaram o assunto foi a médica geriatra e professora do Campus Guarujá da Universidade do Oeste Paulista (Unoeste) Giulianna Forte. Ela afirmou que a inatividade preocupa os idosos.

“O maior problema do envelhecimento não é o medo de morrer, mas de perder a autonomia. E trabalhar e receber o dinheiro é ter esta condição, porque é o meu dinheiro. Vou lá e compro (o que quero). Além disso, o emprego tem o papel de fazer com que o indivíduo se sinta vivo. Também possui a questão do convívio social e a cognitiva.”

Participando do fórum, Mórris Litvak, criador e diretor-executivo (CEO) da empresa Maturi Jovens, plataforma que conecta trabalhadores com mais de 50 anos a oportunidades profissionais, apontou quem é mais afetado pela aposentadoria. “Principalmente o homem, que é ligado ao status, a ser o provedor (do lar). Existem muita depressão, muitos problemas decorrentes disso”, apontou. “A gente vê muito o sofrimento quando se sai do mercado depois de décadas”, salientou.

Diante disso, o executivo pediu que as empresas ajudem seus colaboradores a planejar o término de carreira. “É importante darem auxílio”, asseverou o convidado do evento.

A médica geriatra destacou que os próprios profissionais devem compreender que, com o passar dos anos, adaptações serão necessárias.

Entender e aprender

“A grande dificuldade é esta: nosso corpo tem uma idade, mas a cabeça, outra. Deve-se entender que nós envelhecemos, e isso traz alterações. Se souber se adaptar e entender que determinadas coisas não serão iguais, a gente continua sendo produtivo e não vai sofrer. O que vejo é grau de sofrimento quando começa a querer produzir o que o jovem produz. Querer dar o mesmo gás de quando tinha 30 anos não vai ser possível”, observou Giulianna.

Litvak salientou: admitir as mudanças físicas não é a única atitude essencial. Segundo ele, também é necessário estar aberto para o novo. “É preciso ter consciência de que, por mais experiência que eu tenha, devo ter humildade para aprender coisas novas, inclusive com os jovens.”

Cuidar do cérebro e do corpo contribui para envelhecer bem

A importância de estimular o cérebro, para envelhecer de modo saudável, também foi assunto. A professora titular no Departamento de Saúde, Educação e Sociedade, no curso de Terapia Ocupacional, e Coordenadora do Serviço de Atendimento no Envelhecimento Cognitivo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Marcia Novelli, disse que uma alternativa é aprender alguma nova atividade.

“Isso é desafiador para o cérebro. Importante pensar: idoso, quando se interessa por aprender, é para que aquilo volte para ele. Mais do que informação. precisa virar conhecimento”, disse.

Fábio Ota, o criador da startup Isgame e da plataforma Cérebro Ativo, que estimula a cognição, concordou com a especialista. Ele disse que os vídeogames que desenvolve com o público da terceira idade buscam trazer a realidade dos indivíduos para o computador ou o celular. “Temos de fazer jogos que remetam à realidade da pessoa idosa. Não adianta mostrar um jogo abstrato para treinar a memória.”

O presidente do plano de saúde Santa Saúde, Augusto Capodicasa, afirmou que cuidar do físico também é essencial. O convidado deu um exemplo, justificando sua fala. “Por que precisamos da atividade física? Qual é a principal causas dos prontos atendimentos? A queda da própria altura. A pessoa cai e fratura o fêmur. Tem de fazer fortalecimento, para evitar a queda.”

Fonte: A Tribuna (31/10/2024)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Este blog não se responsabiliza pelos comentários emitidos pelos leitores, mesmo anônimos, e DESTACAMOS que os IPs de origem dos possíveis comentários OFENSIVOS ficam disponíveis nos servidores do Google/ Blogger para eventuais demandas judiciais ou policiais".