segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Fundos de Pensão: PETROS (Petrobras) pode ter sido utilizada para lavar R$ 30 milhões advindo de propinas ganhas por Paulo Roberto Costa

Ex-diretor da Petrobras sonegou R$ 33 milhões, diz Receita.

A Receita Federal detectou que o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa acumulou R$ 32,9 milhões sem comprovar a origem dos recursos. No jargão técnico, é o que se chama de patrimônio a descoberto. Significa que as receitas que deram origem a esses bens não foram submetidas à tributação, ou seja, são fruto de sonegação fiscal. Técnicos do fisco ouvidos pela Folha  suspeitam que esses recursos venham de propina. Desse total, Costa informou ter aplicado quase R$ 30 milhões no fundo de previdência dos funcionários da Petrobras, o Petros. Se as suspeitas estiverem corretas, Costa usou o fundo de pensão para lavar dinheiro sujo.

''Importante destacar que, na DIRPF [declaração de Imposto de Renda da Pessoa Física] do ano-calendário 2010, Paulo Roberto Costa informou elevado pagamento à Fundação Petros [...], no valor de R$ 29.945.480,00'', ressaltaram os técnicos em um dos documentos. Preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato, Costa assinou com o Ministério Público um acordo de delação premiada, pelo qual concordou em colaborar nas investigações. Ele também aceitou devolver R$ 70 milhões, entre dinheiro e bens, devido à sua participação em crimes ligados à estatal. 

A maior parte desse dinheiro (R$ 63,2 milhões) está no exterior. Assim, pode-se afirmar que a maior parcela dos recursos decorrentes da variação patrimonial a descoberto está fora do acordo de delação premiada.
Fonte: Folha de São Paulo (04/10/2014)

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