Especialistas afirmam que país assumiu posição de vanguarda no 5G na América Latina e até em relação a países da Europa
Com o lançamento da rede 5G na faixa de 3,5 gigahertz (GHz) em Brasília, o Brasil pode reforçar a liderança na corrida pela oferta da nova tecnologia na América Latina. O país se destaca por já ter feito o leilão no fim do ano passado, adotado um modelo de licitação que privilegiou obrigações de investimentos, em vez de arrecadação ao caixa do governo, e ofereceu grande quantidade de rede móvel às operadoras - o total de 3.710 megahertz (MHz).
Outro aspecto que valorizou a posição do Brasil foi exigir das operadoras a implantação de redes 5G em sua versão mais sofisticada, o “standalone”. Esta é considerada a forma mais “pura” da tecnologia. Nela não são aproveitados os núcleos de redes 3G e 4G, nem os recursos de compartilhamento dinâmico do espectro (DSS). Isso permite atingir os níveis mais altos de performance, com alta velocidade e baixa latência (tempo de resposta).
“O Brasil é um dos poucos países, junto com Chile, Uruguai e Porto Rico, que já entregou blocos de espectro em faixas milimétricas. É atualmente o mercado com mais conexões 5G na região”, afirmou o vice-presidente para a América Latina e Caribe da 5G Americas, José Otero.
O presidente da Ericsson para o Cone Sul da América Latina, Rodrigo Dienstmann, disse que o lançamento do 5G “standalone” coloca o Brasil na liderança para além da região. “Permite criar novos serviços aproveitando todo o potencial do 5G. Isso não está acontecendo na Europa. Eles estão à frente quanto à penetração do serviço, o ‘timing’ deles foi anterior, mas, se olhar o ecossistema inteiro, o Brasil ultrapassa o da Europa.”
Para o chefe de tecnologia da Nokia para a América Latina, Wilson Cardoso, o Brasil assumiu uma “posição de vanguarda”, por contar com a maior quantidade de aparelhos 5G ativados e ter adotado a versão “standalone”.
Cardoso destaca ainda como ponto de “alta relevância” o uso de redes privativas - modalidade da tecnologia 5G em espaços restritos, como fábricas. “As redes privativas no Brasil funcionam na mesma frequência usada na Alemanha, país que já tem mais de 220 redes privativas licenciadas”.
A GSMA, que representa as teles no mercado mundial, defende que o 5G como um “ativo estratégico” para ajudar a América Latina a sair da “armadilha” da falta de produtividade. A afirmação foi feita pelo diretor para a América Latina da entidade, Lucas Gallitto, no Latam ICT 22, evento realizado no México no fim de junho.
Fonte: Valor (05/07/2022)
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