O investimento num título do Tesouro costuma ser apontado como o mais seguro, mas também aquele com os rendimentos mais modestos Isso porque, em tese, nada tem um risco menor do que emprestar para o governo. Sim, mas… Em momentos de incerteza, como das últimas semanas, a história muda. Com o futuro das contas públicas e a inflação em aberto, os juros oferecidos tendem a ser mais altos.
Essa é uma boa oportunidade, já que o Tesouro está oferecendo taxas inéditas em dois dos seus títulos desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff em 2016.
- Tesouro prefixado: rendimentos próximos de 12% ao ano;
- Tesouro IPCA+: inflação somada a 6% ao ano;
Entenda. A diferença entre esses títulos é que o valor total de um é fixo. No outro, só uma parte. Como há uma taxa definida, esses títulos podem dar bons lucros, mas também prejuízos, se o investidor se desfazer antes do prazo. Por isso fique atento.
A marcação a mercado. Além do rendimento prometido, os títulos têm um valor. Esse valor varia no dia a dia, até o vencimento, conforme os juros mudam no mercado em relação àqueles da data do investimento.
Um título comprado rendendo 12%, por exemplo, terá um valor maior no futuro se as coisas se acalmarem e os juros negociados no mercado caírem a 10%.
↳ A lógica: quem quiser comprar esse título emitido rendendo 12%, num cenário de juros mais baixos, terá que pagar mais por ele. Faz sentido, não?
Assim, é uma oportunidade para o investidor que previu essa melhora vendê-los antes do prazo. O contrário também é verdade: se a economia desandar e os juros subirem, o título perde valor. O que fazer?
Otimistas. Analistas ouvidos pela Folha apontam que os investidores que enxergam uma melhora da situação do país (com juros baixos no futuro) devem comprar prefixados, citado acima.
O IPCA+ também serve para este público, acrescentando alguma cautela porque sempre protege da inflação. A recomendação é para papéis de longo prazo e perseverança.
Pessimistas. Para os pessimistas ou conservadores, nenhum dos dois títulos é aconselhado. Nessa visão, afinal, há risco de os juros subirem (e o valor dos títulos caírem…)
Nesses casos, se aconselha o Tesouro Selic. Seu valor praticamente não oscila no dia a dia do mercado. E se o Banco Central subir os juros você ainda ganha mais do que imaginou.
E os moderados? Para os moderados, é uma boa estratégia partir do Tesouro Selic, mas ficar atento às mudanças de cenário para trocar para IPCA+ ou Prefixado.
Para aprofundar:
Fonte: Folha de SP (24/06/2024) |
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