terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Aposentadoria: Brasileiro está entre os que mais poupam, mas que menos se preocupam com aposentadoria



Pesquisa feita pela gestora global Schroders mostra que apenas 12% dos brasileiros não aposentados estão nervosos com o tamanho de suas reservas de previdência

Uma pesquisa feita com 25.743 pessoas de 32 países mostra que os brasileiros estão menos preocupados se terão recursos suficientes na sua aposentadoria. De acordo com o Schroders Global Investor 2019, da gestora de recursos internacional Schroders, no Brasil, apenas 12% dos não aposentados e 20% dos aposentados estão desconfortáveis com a quantia que investem na previdência. A média global é de 24%.

Na comparação entre regiões ao redor do mundo, os investidores na Ásia e na Europa são os mais preocupados por não terem economizado o suficiente, com 26% e 25%, respectivamente. Nas Américas, essa parcela foi de 22%. No Japão, em particular, 53% dos investidores que ainda não se aposentaram estão preocupados, contra 6% na Índia.

Mas, há outro porém. No Brasil, os investidores também estão excessivamente confiantes em relação ao tempo que as suas poupanças irão durar: na média, eles acham que podem retirar 11,8% de suas poupanças por ano sem esgotar seus recursos.

É uma quantia considerada elevada e, segundo a Schroders, indica que as pessoas provavelmente estão subestimando o quanto viverão ou subestimando o quanto seu dinheiro precisa render para arcar com a aposentadoria, ainda mais em um cenário de juros baixos.

A média mundial é de 10,3%, também incompatível com a realidade de poupança previdenciária hoje. Neste quesito, os japoneses são os mais pés-no-chão: acreditam que podem retirar 7,3% em média. Já os indianos são os mais confiantes: acham que podem sacar pelo menos 15% a cada ano.

“Essas descobertas indicam que existe uma incompatibilidade significativa entre o grau de confiança das pessoas com suas economias antes da aposentadoria e a quantia que esperam obter após a aposentadoria”, diz Sangita Chawla, diretora global da Schroders para Investimentos Previdenciários.
Para ela, essa desconexão vai levar muita gente à ilusão de que terão uma vida melhor na velhice do que realmente tem condições para ter.

“No Brasil, com o cenário de redução do patamar de juros reais como o ‘novo normal’, é urgente que o investidor dê ainda mais atenção aos recursos de longo prazo, inclusive à previdência privada, poupando mais e de forma eficiente durante a fase de acumulação, buscando prêmios acima da inflação e com ampla diversificação, e combinando ativos locais e internacionais”, explica Daniel Celano, presidente da Schroders no Brasil.

Brasileiros no Top 10
O estudo indicou que os investidores em todo o mundo estão economizando quantidades razoáveis para aposentadoria. As Américas economizam 14,5%, a Europa, 14,9% e a Ásia, 15,9%.

Com relação a países, os austríacos economizam 21,6% e suíços 21,3%, as taxas mais altas da pesquisa (o percentual inclui contribuições previdenciárias das empresas). Por outro lado, os russos economizam 11,1% e espanhóis 11,2%. O Brasil está entre os dez lugares em que os investidores mais poupam para aposentadoria: aqui os brasileiros separam, em média, 16,9% de suas rendas atuais para a previdência. Para a equipe da Schroders, a taxa brasileira seria compatível com um juro real de 3%.

Aqueles brasileiros que classificam seu conhecimento sobre investimentos como "especialista" ou "avançado" também estão poupando mais para a aposentadoria: 18,6%, contra 15,2% dos investidores intermediários e 15% dos iniciantes.

Idade importa
O estudo descobriu ainda que, globalmente, mais de um terço (33%) dos baby-boomers não aposentados (entre 51 e 70 anos) estavam apreensivos com a quantia que estão economizando, em comparação com 20% dos millennials (entre 18 e 37 anos). No Brasil, esses percentuais caem para 22% e 9%, respectivamente.

Na comparação por idade no mundo todo, apesar de estarem mais afastados da aposentadoria, os millennials estavam economizando a maior proporção de sua renda anual, 15,9%, em comparação com 14,7% da geração X (entre 38 e 50 anos) e 13,7% dos baby-boomers. No Brasil, os millennials também estão na linha de frente, com os investidores mais jovens poupando 17,5% de suas rendas, contra 15,7% da geração X e 14,7% dos baby-boomers.

De forma encorajadora, quase todos os investidores não aposentados do mundo (94%) acham que existem fatores que os convenceriam a economizar mais para a aposentadoria. Mais de um terço (34%) disse que informações explicando quanto dinheiro eles precisariam para alcançar o estilo de vida que desejam na aposentadoria os convenceriam a economizar mais para a aposentadoria. No Brasil, o resultado foi de 98% e 37%, respectivamente.

A pesquisa considera pessoas que investirão pelo menos € 10 mil (ou o equivalente) nos próximos 12 meses e que fizeram alterações em seus investimentos nos últimos dez anos.

Globalmente, a Schroders tem sob sua gestão US$ 536 bilhões e, no Brasil, está entre as 20 maiores gestoras independentes do país com aproximadamente R$ 14 bilhões sob gestão em renda variável, renda fixa e multimercados, investimentos no exterior, para clientes institucionais, investidores qualificados e profissionais, bem como recursos de previdência privada.

Fonte: Valor Investe (10/12/2019)

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