domingo, 22 de dezembro de 2019

Fundos de Pensão: Intervenção no Postalis acaba, e Correios nomeiam general para presidir fundo de pensão



Depois dos Correios, agora o fundo de pensão dos carteiros também será presidido por um general. A estatal nomeou nesta sexta-feira o general de quatro estrelas Paulo Humberto Cesar de Oliveira para presidir temporariamente o Postalis, após o fim de uma intervenção do órgão regulador dos fundos, a Previc, que durou dois anos e dois meses.

Oliveira foi da mesma turma de Bolsonaro na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), em 1977, e foi chefe do Estado-Maior do Exército e do Comando de Operações Terrestres (Conter). Ele é próximo ao presidente e era um dos mais cotados para suceder o general Villas Bôas no comando do Exército, mas acabou preterido pelo general Edson Leal Pujol em janeiro.

Oliveira foi indicado para o Postalis pelo general Floriano Peixoto Vieira Neto, que assumiu a chefia dos Correios em junho. Ele terá como tarefa organizar eleições em até seis meses para novos conselheiros do fundo de pensão. Só depois disso será formada uma diretoria permanente para tocar o fundo.

Também tomou posse nesta sexta-feira, como diretor de Investimentos, Alexandre Dias Miguel, que já atuava com o interventor Walter Parente no Postalis.

A intervenção no Postalis durou dois anos e dois meses e passou por quatro prorrogações. A fundação foi alvo de uma série de denúncias de fraudes, e a Previc constatou que o Postalis contabilizava irregularmente em seus balanços ativos já considerados podres. Paralelamente, os participantes tiveram que conviver com contribuições extraordinárias.

Os empregados, porém, se manifestaram contrariamente à intervenção, alegando que ela chegava atrasada e no momento em que o Postalis começava a se restabelecer.

– O fim da intervenção é positivo porque esse processo havia nos afastados totalmente do controle do instituto. Não tínhamos qualquer informação sobre a intervenção e já tivemos que entrar na Justiça para obter documentos sobre as contas do fundo – afirmou Maria Inês Capelli, presidente da Associação dos Profissionais dos Correios (Adcap). – Esperamos que a nova presidência comece os trabalhos apurando as decisões que foram tomadas pela intervenção.

Para Maria Inês, a intervenção não resolveu as duas questões que mais preocupavam os participantes, “que são a cobrança efetiva do BNY Mellon e a cobrança de uma dívida que os Correios se negam a pagar”, em referência à chamada Reserva Técnica de Serviço Anterior (RTSA).

Em entrevista o interventor do Postalis, Walter Parente, afirmou que a fundação se preparava para apresentar aos participantes um novo plano de aposentadoria e queria trazer à mesa de negociação o BNY Mellon, contra a qual move seis processos.

Segundo ele, o fundo também conseguiu calcular em R$ 1,3 bilhão a dívida dos Correios com o Postalis por meio da RTSA, mas essa conta estava sendo auditada pelos Correios.

Fonte: Penoticias (21/12/2019)

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