No primeiro semestre deste ano, devido aos altos e baixos em termos de rentabilidade de investimentos, os gestores e os participantes de fundos de pensão já haviam ligado um alerta. Para completar, lá pelo meio do segundo trimestre, já chegando no meio do ano, outra luz acendeu, com algo que não tem a ver com os investimentos, mas que impacta significativamente os fundos de pensão: a inflação. Além de pesar no nosso cotidiano, reduzindo nosso poder de compra até mesmo de comida, ela agora é motivo de preocupação com as reservas do seu plano de previdência.
E por que a inflação é uma preocupação para os fundos? Porque a meta atuarial, o retorno necessário para garantir o pagamento dos benefícios, é definida pela combinação da inflação com uma taxa de juros. Quanto maior a inflação, maior precisa ser a rentabilidade dos investimentos para cobrir a taxa de juros de longo prazo para garantir o equilíbrio do plano.
Com a inflação acumulada em dois dígitos, fora de controle, e o mercado financeiro oscilando com os problemas políticos do país, o que se observa é uma dificuldade muito grande dos fundos de pensão em rentabilizar seus planos.
O consultor Luiz Felippe Fonseca, sócio da EST Seguridade, alerta que muitas entidades fechadas de previdência complementar (EFPC) podem chegar ao fim deste ano em situação de déficit. “Como sabemos que a maioria dos grandes fundos já carregam outros déficits equacionados de outros anos, os assistidos já estão pagando contribuições pesadas. Por isso é importante discutir o que fazer no caso de esses déficits se concretizarem e haver necessidade de equacionar os planos de benefício definido”, afirma.
A Anapar levará esta discussão para a próxima reunião do Conselho Nacional de Previdência Complementar (CNPC), marcada para o dia 8 de dezembro, quarta-feira. A proposta é buscar um acordo para adiar por um ano eventuais necessidades de equacionamentos de déficits de 2021, para ver se em 2022 há mudanças de cenário com possibilidade de recuperação dessas perdas.
No caso dos planos de contribuição definida (CD), as perdas refletem diretamente nas cotas individuais dos participantes. Como muitos planos são reajustados anualmente, não há como saber, ainda, o reflexo deste cenário nas reservas dos participantes dos planos CD.
Fonte: Informativo Anapar (06/12/2021)
Nota da Redação: Os planos BD da Fundação Sistel, também chamados de PBS's, por terem investido no passado em títulos públicos de longo prazo (alguns inclusive atrelados ao IGP-M), não estão sendo muito afetados pela subida atual da inflação e seguem colhendo superavits.
Acesse esse link para ver os resultados de outubro dos principais planos da Sistel.
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