A Fapes, fundo de pensão dos funcionários do BNDES, divulgou nesta terça-feira (30/01) um novo conceito a ser usado na apresentação de sua política de investimentos já a partir deste ano A mudança pretende aumentar a transparência e a abertura de informações sobre alocação, riscos e análise de cenários, segundo explica o diretor de investimentos da fundação, Leonardo Mandelblatt.
O modelo faz parte de uma orientação estratégica para estreitar o diálogo com os participantes e outros principais stakeholders da entidade. “A Fapes já era muito transparente em relação à sua política de investimentos e já faz a divulgação inclusive de um raio x mensal, mas esse processo exige uma evolução contínua e no ano passado fizemos um exercício grande para implementar o novo formato já a partir de 2024”, diz. A intenção é dar a maior abertura possível às informações, de modo explícito e objetivo, mas sem entrar em jargões técnicos demais.
“O participante nos outorga um mandato para investir os recursos e queremos mostrar não só qual é a alocação, ou seja, o destino dos recursos, mas também como vamos chegar a esse destino”, explica. “É um marco importante para a nossa política”, avalia.
A definição da estratégia de investimentos, ilustra Mandelblatt, passa pelos estudos de ALM, com a macro alocação definida em uma carteira de referência que tradicionalmente era informada aos participantes, mas agora passou a ter explicações mais completas e transparentes. Tanto a carteira de referência como a carteira estratégica ganharam detalhamentos, com informações sobre duration dos títulos e os motivos para a escolha desses papéis, entre outros. Na carteira de renda fixa, por exemplo, há títulos marcados na curva e marcados a mercado e até o ano passado a apresentação expunha apenas os percentuais dessas parcelas e os benchmarks utilizados.
Agora a abertura sobre a precificação dos ativos é maior. “Passamos a incluir explicações detalhadas sobre as diferentes parcelas e a mostrar de forma objetiva qual foi o racional que fundamentou essa alocação”, informa. Cada classe e cada subclasse de ativos ganhou esclarecimentos sobre o processo racional de alocação, assim como os targets de cada subclasse e dados de sobre-exposição.
Para chegar a esse novo formato, a entidade usou outras EFPCs como referência, procurando observar o que já é feito pelos pares em relação à comunicação de suas políticas. Entre as alterações, foi introduzida uma mensagem do diretor de investimentos, a exemplo do que já é feito pela Petros, diz Mandelblatt.
“Na verdade, é uma mensagem de toda a equipe, elaborada com cuidado e concisão, porque esclarece os movimentos feitos ao longo do ano e traz uma orientação para o ano seguinte”, afirma. A intenção é compartilhar a visão do gestor de forma direta, incluindo sua visão do cenário macroeconômico e dos mercados local e internacional. “Já fazíamos tudo isso, mas sem a abertura que agora passamos a dar. Isso, além da questão do cenário mais detalhado, foi um dos gaps que estamos querendo suprir”, diz.
Fonte: Invest. Institucional (30/01/2024)
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