quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Inovação: Entenda como a IA pode revelar se você terá doenças em até 10 anos



E se você pudesse saber, com base na ciência, quais doenças seu organismo está propenso a desenvolver nos próximos dez anos? Você buscaria um tratamento preventivo, mudaria seu estilo de vida, se desesperaria ou ignoraria?

A Wellness Advanced Center (WAC), empresa brasileira que trabalha na área de saúde preditiva, criou uma plataforma baseada em IA para mapear o prognóstico das pessoas para até uma década.

O assunto é polêmico. Mas, o Hospital Mãe de Deus (HMD), de Porto Alegre, já está testando o software em seus 3.500 funcionários.

A WAC está negociando o uso da plataforma com operadoras de planos de saúde.

Confira como a empresa chegou a essa fórmula, com ajuda da Universidade de Campinas (Unicamp) e do HMD, e o que os especialistas pensam sobre esse tipo de prognóstico.

O Laboratório de Inteligência Artificial e Inferência em Dados Complexos (Recod.ai) da Universidade de Campinas (Unicamp) está trabalhando em um projeto de saúde e bem-estar para evolução dos relógios inteligentes (“smartwatch”) da Samsung. Doenças como hipertensão, diabetes, Parkinson, depressão e estresse poderão ser identificados a partir dos sinais de sensores nos relógios.

Samsung e Apple estão entre as grandes marcas que vendem relógios inteligentes, os “smartwatches”. Mas os principais indicadores são geralmente ligados a esportes como monitoramento de corrida, bicicleta, natação, treino livre e batimento cardíaco.

Os relógios da fabricante coreana que já estão no mercado, a partir da versão 4, já possuem os sensores que coletam dados dos usuários. Mas o software embarcado não consegue fazer todas as medições. “Estamos analisando os dados dos sensores para colocar no software e no telefone para que as pessoas possam fazer o monitoramento do bem-estar”, diz Anderson Rocha, professor titular de inteligência artificial na Unicamp.

A universidade já vem trabalhando há dois anos com a Samsung em um contrato de cinco anos, renovável por igual período. À medida que as ferramentas de software ficam prontas, são certificadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e lançadas no mercado. A certificação é necessária quando envolve uso pelo público, explica o professor.

Os sinais fisiológicos coletados são analisados por IA com ajuda de especialistas. São usados sensores como acelerômetro, giroscópio, composição corpórea, massa magra, massa gorda e eletrocardiograma.

O algoritmo que detecta ansiedade já acerta mais de 95% das detecções, e o de ansiedade e estresse, mais de 90%. Ambos devem ir ao mercado em cerca de oito meses a um ano, respectivamente. Nos casos em que o sinal estiver fora do parâmetro, o usuário receberá sugestão para procurar um especialista, nunca fará diagnóstico, diz o professor.

A partir da versão 4, a atualização do software será automática.

Procurada pelo Valor, a Samsung não quis comentar.

Fonte: Valor (06/02/2024)


 

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