A Fapes, fundo de pensão dos funcionários do BNDES, atingiu 11% de alocação no exterior ao final de outubro, numa situação de desenquadramento passivo em relação ao limite regulatório que é de 10%. O desenquadramento ocorreu por um bom motivo, que foi a rentabilidade dos três fundos de fundos (FoFs) globais nos quais a fundação investe, que renderam cerca de 40% cada um no acumulada no ano, até outubro.
Os fundos, com gestão da Schroders, Aberdeen e Legg Mason, embora tenham obtido rentabilidades bem semelhantes entre si, possuem estratégias diferenciadas de alocação nos mercados globais e em moedas. Segundo o diretor de Investimentos da Fapes, André Loureiro, a rentabilidade acumulada no ano é resultado do sucesso das estratégias adotadas pelas gestoras e também da valorização cambial.
“O volume inicial aplicado foi de R$ 400 milhões em cada um dos três fundos, somando R$ 1,2 bilhão, que hoje já passa de R$ 1,5 bilhão na nossa carteira e isso porque resgatamos alguma coisa durante a crise”, explica Loureiro. A alocação no exterior ajudou a mitigar o risco da carteira e a entidade já pensa em ampliar esse volume, dependendo do ALM e também de uma eventual ampliação do limite legal para 20%, como espera o mercado. Segundo Loureiro, o aumento da alocação global, se acontecer, poderá ser feito por meio da seleção de novos gestores ou até com os atuais.
A decisão de ampliar as posições em exterior foi tomada ao final de 2019, quando a fundação tinha apenas 2% investido nessa classe de ativos. Em janeiro de 2020 a Fapes implementou os três FoFs com a Schroders, Aberdeen e Legg Mason, alocando R$ 400 milhões em cada um. A decisão de operar com gestores externos, segundo o gerente executivo de Ativos Líquidos, Pedro Calmanowitz, é pela expertise exigida para a atuação nos mercados externos. “Nós não temos essa expertise, então usamos casas gestoras com know how global forte, o que nos deu acesso a uma série de estratégias e gestores internacionais”, pontua o gerente.
Fonte: Invest. Institucional (10/11/2020)
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