segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Comportamento: Atividade física reduz risco de demência em 35%



Médico Luis Fernando Correia explica estudo que acompanhou mais de meio milhão de pessoas entre 2006 e 2020: exercícios podem contrabalançar o que parece uma “sentença” genética

Uma grande preocupação de quem tem um familiar com história de demência costuma ser o fato de o problema poder ser genético e afetar a pessoa no futuro. Mas será que existe algo que possa reverter essa predisposição? Para responder a essa pergunta, pesquisadores da Universidade de Sichaun, na China, desenharam um estudo utilizando dados genéticos do UK Biobank, o maior banco de dados genéticos populacional do mundo. A pesquisa está publicada na edição online desde mês de julho da revista Neurology da Academia Americana de Neurologia.

Mais de meio milhão de pessoas, sem sinais de demência quando recrutadas, participaram da pesquisa, que aconteceu entre 2006 e 2010. O grupo foi acompanhado por pelo menos dez anos, até 2020

Os participantes responderam a questionários que detalhavam seu dia a dia, atividades físicas como exercício em horas de lazer, atividades domésticas e deslocamentos, usando meios de transporte ou não, atividades mentais como uso de dispositivos eletrônicos, interações sociais e atividades intelectuais.

Ao mesmo tempo, foi estudado o perfil genético de risco para demência desses participantes, através do estudo do genoma completo e determinação do genótipo de uma determinada proteína (Apolipoproteína E – APOE) e da história familiar detalhada de casos de demência.

Depois de cruzar as informações e levando em conta outros fatores que poderiam confundir o resultado, foram identificados padrões de relação entre o nível de atividade física e intelectual e o risco do aparecimento de demência.

Participantes que mantinham uma rotina de exercícios físicos vigorosos e mesmo exercícios de média intensidade tinham o risco diminuído em 35%.

Mesmo as atividades domésticas do dia a dia trouxeram proteção, com uma diminuição de 11% no risco de demência.

As atividades sociais, com interação frequente com familiares e amigos, também foram uma importante arma na prevenção da diminuição da função cerebral, com redução de 15% de risco.

Esses resultados estatísticos são independentes da predisposição genética, mesmo em pacientes com risco aumentado de demência por doenças vasculares, o que mostra que a atividade física pode contrabalançar o que poderia parecer uma “sentença” genética.

Fonte: GE (28/07/2022)

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