quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Idosos: Novidades tecnológicas auxiliam tratamento do câncer de próstata. Campanha Novembro Azul



Cirurgias com o auxilio robótico, testes genéticos e terapias focais ajudam a aumentar a qualidade de vida dos pacientes; entenda

O câncer de próstata é o segundo tipo mais comum da doença em homens, com uma ocorrência de 65 mil novos casos apenas em 2020, segundo dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer). Além disso, o instituto aponta que cerca de 14 mil homens perdem a vida todos os anos em decorrência da doença. 

Apesar do cenário, existem novidades animadoras no diagnóstico e tratamento que podem aumentar a expectativa e qualidade de vida dos pacientes. Os novos métodos utilizam desde rastreamento genético até o uso de robôs em cirurgias. O urologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Alex Meller, explica como algumas dessas novidades funcionam. 

Rastreamento genético

Segundo Meller, o exame de rastreamento genético é feito por meio da coleta do sangue ou saliva, que será analisada e, após o rastreamento dos genes, indicará quais as chances do homem desenvolver a doença no futuro.

“O exame serve para detectar quando o paciente tem predisposição a ter câncer de próstata, nele é realizado um teste de DNA onde é analisado o gene BRCA2. No entanto, esse método não é tão utilizado pois dificilmente o câncer de próstata é tratado de forma preventiva”, explica.

Apesar de apresentar uma grande evolução no diagnóstico da doença, podendo identificar até mesmo a chance de parentes do paciente desenvolverem tumores, o especialista explica que o preço, cerca de R$ 14 mil, faz com que o exame não seja tão utilizado. 

“A forma de rastreamento mais utilizada é a biópsia da próstata, feita quando um tumor é detectado. A vantagem desse exame é que por ele já é possível diagnosticar se o tumor é benigno ou não, e entender qual a melhor forma de tratamento”, afirma o especialista. 

Cirurgia robótica

O urologista explica que a cirurgia com o auxílio robótico é recomendada em todos os casos em que o paciente com tumor precisa passar pelo procedimento. Nesse caso, a parte robótica atua como um auxílio aos médicos, então os riscos e cuidados são semelhantes à intervenção comum. 

“O diferencial é que o robô tem quatro braços, um deles com uma câmera para filmar toda a cirurgia, os outros três seguram pinças, tesouras, aspiradores e equipamentos necessários durante o procedimento. Todo o processo é controlado e realizado pelo médico”, explica Meller. 

Entre as inovações da cirurgia robótica, três se destacam: menor sangramento durante o processo, melhor e mais rápida recuperação do paciente após a cirurgia, e restauração da continência urinária e potência sexual de forma mais rápida. 

“Um dos diferenciais é a câmera em alta resolução que possibilita respeitar melhor os limites da próstata e, dessa forma, ter um resultado melhor. Um exemplo é que, antes da cirurgia robótica, existiam muitos casos de danificação nos nervos de ereção que estão localizados na região, então a tecnologia ajuda a evitar esse acidente”, destaca o médico. 

A cirurgia com auxílio robótico, no entanto, custa caro, R$ 25 mil em média. O especialista explica que apesar do preço elevado, muitos planos de saúde cobrem parte dos gastos, que podem ser reduzidos até cerca de R$ 5 mil.

Terapias focais

A TF (terapia focal) se diferencia dos atuais métodos terapêuticos, como a radioterapia – na qual a radiação é usada para tratar toda a próstata –, por atingir apenas a área necessária, reduzindo os efeitos colaterais urinários e sexuais, segundo Stênio de Cássio Zequi, diretor do departamento de Crioterapia da SBU (Sociedade Brasileira de Urologia).

“Existem várias modalidades de tratamento focal, entre elas estão a ultrassonografia de alta intensidade focal, que emprega ondas acústicas ultrassônicas promovendo calor no local. E há também a Crioterapia focal, que promove um congelamento por agulhas inseridas no períneo.”

Apesar de apresentar uma grande variedade de opções de tratamento, o especialista explica que a terapia focal é recomendada apenas para uma minoria de pacientes que se enquadram nos critérios necessários para a inclusão.

“Os candidatos a se submeterem a TF são os pacientes que apresentam tumores de risco intermediário, de pequenas dimensões, localizados em uma determinada região da próstata, e poucos casos de maior risco, mas absolutamente restrito à glândula”, explica Zequi.

O alto custo do tratamento, cerca de R$ 20 mil, além da exigência por aparelhos de alta tecnologia com custo elevado, dificultam o acesso a terapia, que não está disponível no SUS (Sistema Único de Saúde) e não possui cobertura em diversos planos de saúde.

Fonte:  R7 (13/11/2021)

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