Clientes poderão retirar dinheiro em lojas, padarias e mercados. Usuários terão direito a até oito retiradas gratuitas por mês, com limite de R$ 500 cada
Duas novas funcionalidades do Pix entram em vigor hoje. Os chamados Pix Saque e Pix Troco permitirão que os brasileiros saquem dinheiro vivo em lojas e outros estabelecimentos comerciais, como padarias e mercados, como num caixa eletrônico.
O Pix Saque funcionará assim: o cliente fará um Pix para uma loja. A atendente, então, dará esse valor em dinheiro vivo ao consumidor, sem a necessidade que ele compre qualquer item.
No Pix Troco, o cliente faz uma compra com Pix, transferindo ao estabelecimento um valor maior que o preço do produto. A diferença entre o valor da mercadoria e o transferido é devolvida em dinheiro, como um troco.
O Banco Central estabeleceu um limite para o saque de R$ 500 para o período diurno e de R$ 100 das 20h às 6h. Os comércios poderão ofertar limites menores, caso considerem adequado. Veja abaixo como os novos recursos vão funcionar e se haverá custo para o usuário.
Como vai funcionar o Pix Saque?
Ao chegar no caixa de uma loja, o cliente fará um Pix para o estabelecimento. A atendente então pegará o mesmo valor do Pix em dinheiro vivo no caixa e dará ao cliente.
E o Pix Troco?
A transação é bem parecida, mas aqui o cliente faz uma compra e um saque na mesma transação.
Por exemplo: ao pagar por um produto de R$ 100, ele faz um Pix em um valor maior, de R$ 150, e retira a diferença (R$ 50) em espécie. Isso evitaria uma ida ao banco para sacar R$ 50 em caixas eletrônicos.
Em outro exemplo, se comprar um produto de R$ 20, ele faz um Pix de R$30 e recebe uma cédula de R$ 10.
Terá algum custo?
Atualmente, pessoas físicas e empresários individuais — incluindo microempreendedores individuais (MEIs) —têm, no pacote de serviços de seus bancos, direito à gratuidade para os quatro primeiros saques do mês.
Com o Pix Saque serão oito saques gratuitos, contando com os quatro que já eram previstos. Ou seja, cada pessoa terá direito a oito saques gratuitos por mês, via Pix ou de forma convencional, num caixa eletrônico.
Depois dessa oitava transação, o banco poderá cobrar uma taxa do cliente. No entanto, a taxa do saque via Pix não pode ser maior que a cobrada pelo banco em saques convencionais.
Já pessoas jurídicas como as empresas podem ser cobradas desde a primeira transação no mês, a critério do banco.
Há limite de saque?
O BC estabeleceu um limite de R$ 500 para o período diurno e de R$ 100 das 20h às 6h. Os comércios poderão ofertar limites menores caso considerem adequado.
Onde estará disponível?
Qualquer estabelecimento comercial que ofertar o Pix como opção de pagamento poderá oferecer o Pix Saque ou Pix Troco.
As opções também devem estar disponíveis em caixas eletrônicos. Uma pessoa que tenha conta no banco A poderá sacar no caixa eletrônico do banco B via Pix. Esse saque conta como um dos oito gratuitos mensais.
É obrigatório que todo lugar que disponibilize Pix como opção de pagamento tenha Pix Saque?
Não, cada estabelecimento decidirá se oferece ou não o serviço.
O comércio pode ofertar apenas o saque ou apenas o troco?
Sim, o estabelecimento poderá oferecer apenas um ou outro.
O comércio recebe algo para ofertar o serviço?
O Banco Central espera que os comércios que ofertarem o serviço tenham aumento no fluxo de clientes e reduzam seus gastos com a movimentação do dinheiro, por exemplo, com a contratação de carros-forte.
Além disso, quem disponibilizar o serviço receberá uma remuneração que pode variar de R$ 0,25 a R$ 0,95 dependendo do contrato com a instituição financeira parceira.
Como o lojista poderá oferecer essa modalidade?
Ele poderá procurar a instituição financeira que o atende e pedir para aderir. Segundo o BC, basta um ajuste contratual para oferecer o Pix Saque e o Pix Troco.
O comerciante também poderá definir como ofertará o serviço, em que horário ele estará disponível e quais as cédulas poderão ser sacadas em seu estabelecimento.
Fonte: O Globo (29/11/2021)
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