Do deserto de sal na Bolívia a restaurantes estrelados nas Filipinas, uma seleção de lugares que merecem estar sua sua lista de férias
Praia de Voidokilia, na região da cidade de Pilos, no Peloponeso, na Grécia
Percorrer uma das estradas mais famosas do mundo, provar pratos estrelados numa cidade normalmente fora do radar, conhecer um país vizinho ainda pouco explorado, visitar o museu mais aguardado dos últimos tempos ou participar de um festival internacional de “air guitar”? São muitas as possibilidades de viagem em 2026.
Para ajudar o leitor a escolher que estradas (ou aeroportos) pegará no próximo ano, listamos 12 destinos internacionais, da América do Sul à Oceania, que valem ser visitados nas próximas férias, escapadas ou feriadões — que serão muitos, aliás.
Bolívia
A maior fronteira terrestre do Brasil é com a Bolívia, mas este é um vizinho ainda relativamente pouco conhecido por nós, especialmente quando comparamos com outros países sul-americanos. Isso pode começar a mudar agora que a companhia Boliviana de Aviación acaba de lançar um novo voo direto entre Rio de Janeiro e Santa Cruz de la Sierra, com duas frequências semanais. Até o começo de dezembro, havia ligação apenas saindo de Guarulhos.
A partir da maior cidade boliviana é possível explorar as muitas belezas do país, especialmente na região andina, onde se encontra, por exemplo, a capital La Paz, rica em cultura, história e paisagens naturais. Também em altitudes desafiadores está o departamento de Potosí, imperdível por seus cenários únicos, como as lagoas coloridas da Reserva Nacional Eduardo Alvaroa e a imensidão branca do Salar de Uyuni, o maior deserto de sal do planeta. Tudo isso a custos relativamente baixos para o turista brasileiro.
Chubut (Argentina)
Leão-marinho na província de Chubut, região da Patagônia argentina que fica às margens do Atlântico — Foto: Reprodução/Pexels/Francisco Feliciani
Quando se fala em Patagônia, a imagem que vem à mente é um cenário que combina planícies áridas e montanhas cobertas de neve, além de lagos muito azuis e geleiras imensas. No entanto, a mais nova área de preservação ambiental da Argentina quer ampliar essa percepção. Localizado na província de Chubut, no sul do país, o novo Parque Provincial Patagonia Azul mostra que a região também tem um lado voltado para o Atlântico, ideal para observação de animais como leões-marinhos, golfinhos, pinguins e outras aves oceânicas — uma variedade que já rendeu até mesmo o apelido de “Galápagos argentino”. O turismo na área não é exatamente uma novidade, mas a proposta do novo parque, tocado pela Fundación Rewilding Argentina, é oferecer visitas menos agressivas ao meio-ambiente.
Rota 66 (EUA)
A Rota 66, estrada mais famosa dos Estados Unidos, completa cem anos em 2026 — Foto: Divulgação/Brand USA
Uma das estradas mais famosas do mundo completará cem anos em novembro de 2026. Por isso, pelos próximos 12 meses, não faltarão eventos comemorativos ao longo dos 3.943 quilômetros de extensão da rodovia que conecta Chicago, em Illinois, a Santa Monica, na Califórnia, cortando oito estados norte-americanos. O centenário da “Mãe das Estradas” pode ser uma boa desculpa para destinos menos badalados como Kansas e Missouri, cheios de atrações pitorescas e hotéis de beira de estrada (os motéis originais, que também acabam de completar cem anos), explorar o interior do Texas (e tirar foto no famoso Cadillac Ranch, uma instalação formada por carros enfiados na terra) ou visitar as grandes Chicago e Los Angeles — nesta, aliás, onde será finalmente inaugurado o Lucas Museum of Narrative Art, em setembro.
Bruxelas (Bélgica)
Bruxelas, capital da Bélgica, terá voo direto a partir de São Paulo, operado pela Latam — Foto: Reprodução/Pexels
Figurinha fácil em roteiros pela Europa, Bruxelas poderá servir também como porta de entrada no continente para brasileiros a partir de junho, quando será inaugurado um voo direto da Latam a partir de São Paulo, em três frequências semanais. Capital da Bélgica e sede da União Europeia, a cidade é repleta de atrações imperdíveis, como a Grand Place, o Mont des Arts, as Galerias Reais Saint-Hubert e os roteiros para provar chocolates e cervejas e conhecer os famosos quadrinistas belgas. Esta lista vai crescer em 2026, com a abertura do museu de arte KANAL-Centre Pompidou, em novembro, revitalizando uma antiga área portuária.
Oulu (Finlândia)
Aurora boreal vista ao redor do farol da cidade de Oulu, na Finlândia, uma das capitais europeias da cultura de 2026 — Foto: Divulgação/Visit Oulu
Se a ideia é aproveitar 2026 para conhecer um lugar completamente inesperado, Oulu é a escolha perfeita. Fora do radar da grande maioria das pessoas que visitam a Finlândia, a cidade nos arredores do Circulo Polar Ártico é uma das duas capitais europeias da cultura deste ano (a outra é Trencin, na Eslováquia). Por conta disso, terá uma agenda agitada, com eventos como festivais literários, eventos gastronômicos de comida nórdica, exibições de artes e fotografias, apresentações musicais e mostras de cinema com filmes feitos pelo povo Sámi, original da Lapônia. Além das atrações que sempre encantam os visitantes, como os dias intermináveis no verão, ótimos para esportes ao ar livre, a aurora boreal no inverno e o tradicional concurso internacional de “guitarra imaginária”, que acontece desde 1996. Dessas coisas que só poderiam acontecer mesmo no “país mais feliz do mundo”.
Norte da Itália
Cortina d'Ampezzo, no norte da Itália — Foto: Reprodução/Pixabay/martinophuc
De 6 a 22 de fevereiro, um punhado de cidades no norte da Itália receberão as Olimpíadas de Inverno de 2026 . Mesmo para quem não for presenciar in loco as provas de patinação no gelo, curling e das muitas modalidades de esqui, os Jogos podem servir de inspiração para visitar as sedes. A mais famosa, Milão, dispensa apresentações, com sua longa lista de atrativos, como o Duomo de Milão, a Galeria Vittorio Emanuele II e o painel “A última ceia”, de Da Vinci, na igreja de Santa Maria della Grazie. Mas vale ficar de olho em Cortina d’Ampezzo, considerada a cidade mais bonita da cadeia de montanhas das Dolomitas, e que vive de atividades ao ar livre como esqui no inverno, e caminhadas, escaladas e pedaladas no verão. E, em todas as estações, uma boa coleção de restaurantes e hotéis charmosos.
Costa Navarino (Grécia)
O castelo Methoni, na região do Peloponeso, na Grécia — Foto: Reprodução/Pexels/chlouk
A Costa Navarino, na península do Peloponeso, pode não ser tão conhecida quanto as ilhas Cíclades, como Mikonos e Santorini, ou o conjunto arquitetônico de Atenas. Mas este pedaço da Grécia ficará em evidência a partir de julho, quando chegará ao cinema “A Odisseia”, nova superprodução de Christopher Nolan, baseada no clássico de Homero e que tem muitas cenas gravadas na região. Uma boa base para explorar a área é a cidade de Pilos (chamada de Navarino pelos venezianos), de onde se pode conhecer atrações imperdíveis como a praia de Voidokilia, em formato de ferradura (ou da letra grega ômega), o castelo Methoni e as ruínas do Palácio de Nestor. Na região da Messênia, também está em fase de conclusão de uma rede de trilhas para caminhadas de 1.730 quilômetros, que passam também por sítios arqueológicos e produtores de azeite.
Cairo (Egito)
O Grande Museu Egípcio, nos arredores do Cairo, abriga mais de cem mil peças dedicadas ao Egito Antigo, muitas nunca antes exibidas ao público geral — Foto: Khaled Desouki/AFP
Foram necessários 20 anos de obras para que o Grande Museu Egípcio (GEM, na sigla em inglês) finalmente fosse completamente aberto ao público na cidade do Cairo. Isso aconteceu em novembro, e desde então os visitantes já podem circular pelos mais de 50 mil metros quadrados do prédio com vista privilegiadas para as pirâmides de Gizé. O museu abriga cem mil peças do Egito Antigo, algumas delas nunca antes expostas. Entre os destaques da coleção estão a estátua gigantesca do faraó Ramsés II, de 11 metros de altura, no saguão principal, e os cinco mil itens do tesouro de Tutancâmon, reunidos num mesmo lugar pela primeira vez desde que foram retirados de sua tumba do faraó, em 1922.
África do Sul
Girafas no Parque Nacional Kruger, que fará cem anos em 2026, na África do Sul — Foto: Reprodução/Pexels/Elliot Connor
Em julho, a Latam passará a operar um novo voo entre São Paulo e Cidade do Cabo, aumentando a oferta aérea retomada pela companhia e pela South African Airways em 2023, e que tem aumentado ano após ano o número de brasileiros na África do Sul. Desta vez, um bom motivo para a visita é celebrar em plena savana os cem anos do Parque Nacional Kruger, fundado em maio de 1926 no norte do país e que, até hoje, é a maior área de preservação da vida selvagem em território sul-africano. Em dois milhões de hectares, é possível encontrar mais de mil espécies de animais, entre eles o cobiçado grupo dos Big Five (leão, leopardo, rinoceronte, elefante e búfalo).
Japão
O famoso cruzamento de Shibuya, em Tóquio, no Japão — Foto: Divulgação/Turismo do Japão
Até setembro de 2026, turistas brasileiros não precisam de visto para entrar no Japão. A isenção do documento, garantida em acordo firmado pelos dois países em 2023, é um bom motivo para quem quer viajar até o outro lado do mundo no próximo ano. Mas há outros, como a abertura do PokéPark Kanto, o primeiro parque temático dedicado ao universo de Pokémon no mundo. Ele fará parte de um complexo de diversões mais amplo, o Yomiuriland, nos arredores de Tóquio. No espaço, os visitantes encontrarão tanto pontos que recriam cenários do desenho animado, quanto um bosque onde os monstrinhos estão escondidos.
Manila (Filipinas)
Prato do restaurante Hapag, que ganhou uma estrela no 'Guia Michelin' de Manila e arredores, nas Filipinas — Foto: Reprodução/Facebook/Hapag
Amantes da gastronomia poderão ampliar suas fronteiras em 2026 até as Filipinas, para conhecer os restaurantes indicados pela primeira edição do “Guia Michelin” dedicado à região metropolitana de Manila, a capital do país, e mostrando uma faceta moderna da gastronomia filipina, marcada por ingredientes locais e referências variadas, tanto dos vizinhos asiáticos quanto dos antigos colonizadores espanhóis. A publicação destaca 108 estabelecimentos, sendo oito com uma estrela e um com duas, o sofisticado Helm, com apenas 24 lugares.
Uluru (Austrália)
Visitantes no Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta, na Austrália — Foto: Reprodução/Unsplash/Iszac Bale
Um dos cartões-postais mais marcantes da Austrália poderá ser explorado de uma nova maneira a partir de abril de 2026. Pela primeira vez, os visitantes poderão dormir no Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta, área de preservação criada ao redor do Uluru, o maior monólito do mundo e que, há dezenas de milhares de anos, é sagrado para populações aborígenes do país. Em parceria com a administração do parque e com lideranças do povo Anangu, uma empresa criou opções de trilhas de até cinco dias pela região, em que será possível dormir em alojamentos ecológicos, contemplar as estrelas ao redor de fogueiras e aprender com guias indígenas sobre suas tradições.
Fonte: O Globo (11/12/2025)
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