segunda-feira, 15 de dezembro de 2025

Planos de saúde têm lucro recorde de R$ 17 bilhões no terceiro trimestre. Reajuste de 2026 deve ser bem menor



Números da ANS mostram recuperação das operadoras de planos de saúde

As operadoras de planos de saúde registraram um lucro recorde no terceiro trimestre de 2025 de R$ 17 bilhões. O resultado é praticamente o dobro do registrado entre janeiro e setembro de 2024 quando foi de R$ 8,7 bilhões. 

Os dados que serão divulgados daqui a pouco pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), mostram que 45% do lucro está concentrado em três empresas do setor: Amil, Bradesco e SulAmérica.

A recuperação do setor é inegável, mas não acontece da mesma forma para todo o segmento. Há cerca de 7,2 milhões de usuários de planos de saúde estão conveniados a empresas com problemas financeiros. 

Há 49 operadoras listadas em programas de adequação econômico-financeira, 26 em direção fiscal e 41 em processo de cancelamento. Segundo fontes, a diretoria da ANS vêm discutindo a necessidade de um acompanhamento mais próximo dessas empresas diante do risco de problemas assistenciais. 

Há um diagnóstico de que há um problema sério de gestão no segmento.

Fonte: O Globo (11/12/2025)

Após salto no lucro dos planos de saúde, reajuste pode ser menor em 2026, preveem analistas

Resultado líquido, que considera remuneração das aplicações financeiras das operadoras, foi a R$ 17,9 bilhões, o maior desde 2018

Operadoras de planos de saúde registraram lucro operacional de R$ 9,3 bilhões entre janeiro e setembro, um aumento de quase 140% na comparação com o mesmo período do ano passado, e o maior em cinco anos. Já a sinistralidade, que mede quanto do valor recebido com as mensalidades foi gasto com o uso em si dos planos pelos usuários, caiu, o que sinaliza, para o mercado, reajustes mais baixos em 2026.

Em queda depois de alcançar 88,6% em 2022, quando houve uma alta no uso dos convênios depois da demanda reprimida da pandemia, a sinistralidade encerrou os primeiros nove meses de 2025 em 80,8%, 2,3 pontos percentuais abaixo ao registrado em igual período de 2024.

Se observadas apenas as operadoras de grande porte, a diferença do índice para o ano passado é de 2,6 p.p, cenário que tende a “ditar o ritmo” para um reajuste menor dos planos de saúde coletivos em 2026. A análise de Vinicius Figueiredo, do Itaú BBA, que acredita que o percentual de correção dos coletivos empresariais pode ficar em apenas um dígito.



Enquanto planos individuais têm o reajuste limitado pela ANS, os contratos coletivos (empresariais e por adesão) são negociados entre as operadoras e as administradoras ou empresas contratantes.

No caso dos planos de pequenas e médias empresas (PMEs), com até 29 vidas, o reajuste segue um “pool de risco”, onde vale o mesmo percentual para todos os do tipo na operadora.

— Ainda não sei dizer se o reajuste vai ser um digito só no pool, mas o crescimento de tíquete médio vai ser menor do que vimos esse ano. No empresarial, com certeza podemos chegar a um digito de aumento — diz Figueiredo.

Lucro líquido chega a R$ 17,9 bi

Os dados foram divulgados ontem pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Três das maiores operadoras — Bradesco, SulAmérica e Hapvida — concentraram 43% do resultado operacional informado à ANS.


O lucro operacional representa a diferença entre a receita recolhida com as mensalidades e as despesas assistenciais e administrativas. Por isso, reflete melhor o desempenho das empresas. Já o lucro líquido é também influenciado pelos ganhos financeiros do setor, que conta com altas reservas técnicas.

Nos primeiros nove meses de 2025, as operadoras registraram lucro de R$ 11,1 bilhões em suas aplicações. O montante é o maior desde 2018, e 60% superior ao registrado no passado. Nesse cenário, o resultado líquido foi de R$ 17,9 bilhões, o maior desde o início da série histórica, ultrapassando o então recorde, de R$ 15,9 bilhões, alcançado pelo setor em meio a pandemia, em 2020.

A recuperação do setor é inegável, mas não é homogênea. Como antecipou o blog da colunista Miriam Leitão, há cerca de 7,2 milhões de usuários de planos de saúde estão conveniados a empresas com problemas financeiros.

São 49 operadoras listadas em programas de adequação econômico-financeira, 26 em direção fiscal e 41 em processo de cancelamento. Segundo fontes, a diretoria da ANS vem discutindo a necessidade de um acompanhamento mais próximo dessas empresas diante do risco de problemas assistenciais. Há um diagnóstico de que há um problema sério de gestão no segmento.

— Há uma recuperação forte, lucros importantes, mas é um mercado ainda muito heterogêneo na performance — afirmou durante apresentação dos dados Jorge Aquino, diretor de Normas e Habilitação das Operadoras da ANS.

Para Gustavo Ribeiro, presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), os dados mostram um processo de recuperação do setor, mas destacou que um "conjunto significativo" de pequenas e médias operadoras "enfrentam desafios econômico-financeiros":

— Essas operadoras têm um papel essencial na capilaridade do setor e precisam de atenção especial. A recuperação está em curso, mas ainda desigual. O desafio do próximo ano é consolidar esse equilíbrio, garantindo condições para que empresas de todos os portes consigam ampliar sua base de beneficiários em um cenário de mais previsibilidade econômica e jurídica.

Já a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde) defendeu que os resultados estão "muito relacionados ao cenário macroeconômico", com a manutenção da taxa básica de juros em patamares elevados.

A entidade também destacou que as operadoras "seguem enfrentando pressões" por aumento de custos, incorporação de novas tecnologias, maior uso pelos usuários pelo envelhecimento populacional e avanço da judicialização.

"Esses fatores continuam impactando a estrutura de custos das empresas e reforçam a necessidade de um ambiente regulatório estável, baseado em evidências, previsibilidade e diálogo técnico", diz o texto.

Fonte: O Globo (12/12/2025)

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