sexta-feira, 9 de julho de 2021

Inovação: Hub de inteligência artificial na Unicamp quer criar tecnologia para celular ficar mais 'smart'



Projeto que envolve duas áreas da universidade de Campinas (SP) foi lançado nesta quarta (7) e pretende ir além da fronteira do conhecimento atual para tornar dispositivos móveis mais protagonistas.

Como tornar o smartphone mais "smart"? Como utilizar o volume de dados que o celular capta para ajudar o usuário a tomar melhores decisões? Como fazer o dispositivo móvel mais protagonista do que um agente passivo na vida das pessoas? Essas e outras perguntas pretendem ser respondidas pelo grupo que integra o Hub de Inteligência Artificial e Arquiteturas Cognitivas (H.IAAC), com base na Unicamp, em Campinas (SP), e que foi lançado oficialmente nesta quarta-feira (7).

Diretor do Instituto de Computação da Unicamp (IC), o professor Anderson Rocha vê na iniciativa a oportunidade para estudo e desenvolvimento de soluções que transformem os celulares e outros dispositivos móveis em equipamentos ainda mais úteis.

"Um celular é um mundo de sensores, que produzem muitos dados, e a ideia é traduzir esses dados em informações úteis, oferecendo soluções para problemas dos usuários, com maior presença no cotidiano. Tipicamente eles atuam de forma passiva, e pensamos que esses celulares, que são extensões de nós mesmos, deixem de ser passivos, ajudem na tomada de decisões", pontua.

Um exemplo citado pelo pesquisador é o gerenciamento de atividades do usuário, em que a maior parte da tecnologia atual depende da ação da pessoa para agendar um compromisso, por exemplo.

A ideia é que o celular, a partir de observação do comportamento, da forma como é feito o acesso à internet e as atividades realizadas, já possa propor soluções e ações ao usuário.

Formação de profissionais

A possibilidade de pensar na fronteira do conhecimento faz com que o projeto permita, ainda, a formação de profissionais especializados. Esse, aliás, é um dos grandes ganhos do projeto, pontuam os participantes.

O Hub conta com financiamento do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI), coordenação da Softex e execução do Instituto Eldorado e da Unicamp. Há ainda parceria com uma empresa do setor de telefonia móvel. Além do IC, estão envolvidos docentes e alunos da Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC) da Universidade Estadual de Campinas.

Dentre as bolsas de pesquisas terão oportunidades para 10 estudantes de graduação, 10 mestrandos, 10 doutorandos e cinco pesquisadores de pós-doutorado, que irão trabalhar com 50 coordenados e pesquisadores associados da Unicamp e também do Instituto Eldorado.

"É um projeto com enorme potencial de geração de tecnologia distuptiva, para geração de patentes de alto impacto e formação de pessoal altamente qualificado", defende o professor Leandro Villas, que irá coordenar a área de treinamento de modelos tanto nos aparelhos como na nuvem (cloud).

Essas inovações, principalmente em inteligência artificial (IA), fazem parte de um movimento mundial, um mercado que projeta gerar trilhões de dólares até 2027.

Nesse campo, os pesquisadores esperam que os trabalhos projetados e testados com ajuda de uma empresa do setor, possam chegar aos usuários e coloquem o Brasil como protagonista nesse campo de desenvolvimento no mundo.

"Com a arquitetura cognitiva e seus componentes, buscamos a inversão desse caráter passivo, para podermos gerar resultados úteis, dar mais valor de mercado", reforça Anderson.

Fonte: G1 (07/07/2021)

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