segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Aposentadoria: Brasil cai em ranking de previdência da Mercer. Desigualdade e sustentabilidade são as maiores causas

 


Em todos os países analisados, aposentadorias das mulheres são inferiores às dos homens 

O Brasil caiu quatro posições em relação ao ano passado e passou a ocupar a 30ª posição em um ranking que avalia os sistemas de previdência em 43 países, realizado pela consultoria Mercer. Apesar de a pontuação ter ficado em linha com a de 2020, o resultado foi impactado pela entrada de mais nações no ranking: Islândia, Taiwan, Emirados Árabes Unidos e Uruguai. Algo comum em relação a todos os analisados, emergentes ou desenvolvidos, é a diferença entre aposentadorias de homens e mulheres, que costumam ter um benefício menor.  

O Índice Global de Sistemas Previdenciários usa a média ponderada dos subíndices de adequação, sustentabilidade e integridade. Segundo o líder de Previdência da Mercer Brasil, Felipe Bruno, o que afeta o Brasil é a baixa pontuação que recebe no quesito sustentabilidade. Do lado público, a reforma previdenciária aprovada em 2019 ainda não produziu os efeitos esperados, o que mantém o sistema brasileiro entre os mais desequilibrados do mundo. A situação foi agravada a partir de 2020, com a pandemia de covid-19 e o aumento da inflação.  

“A taxa de juros negativa tem um baque enorme nos efeitos da capitalização e na acumulação dos saldos. A maioria das pessoas e das empresas ainda não tem noção deste problema. Ainda não há ações para o desenvolvimento da previdência complementar”, diz o especialista. Ainda segundo o índice, o sistema de renda de aposentadoria da Islândia foi eleito o melhor do mundo e a Tailândia teve a menor nota.  

Em todos os países analisados, as mulheres enfrentam seus anos de aposentadoria com menos benefícios. Há mais mulheres em empregos de meio período, por exemplo, mas o estudo descobriu que as falhas no desenho de pensões agravam o problema. Isso inclui acúmulo não obrigatório de benefícios de pensão durante a licença parental ou ausência de contribuição ao fundo de pensão enquanto cuidam de filhos pequenos ou pais idosos.

Fonte: Valor (22/10/2021)

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