Nos dois primeiros anos da pandemia de covid-19, as dez maiores fortunas do mundo saltaram de US$ 700 bilhões para US$ 1,5 trilhão
Entre 2020 e 2021, os dois primeiros anos da pandemia de covid-19, as dez maiores fortunas do mundo saltaram de US$ 700 bilhões para US$ 1,5 trilhão, o que corresponde a uma taxa de US$ 15 mil por segundo, ou US$ 1,3 bilhão por dia. E enquanto um novo bilionário surgiu a cada 26 horas, nesse período, no outro extremo, a pobreza e a desigualdade social geradas pela pandemia contribuíram para a morte de uma pessoa a cada quatro segundos, ou 21 mil por dia.
Os dados são do relatório “A Desigualdade Mata”, divulgado pela Oxfam, organização não-governamental internacional que atua para combater a pobreza, a desigualdade e a injustiça social em mais de 90 países. Divulgado neste domingo, o estudo está repercutindo na semana do Fórum Econômico Mundial, que vai até sábado (22).
Ainda de acordo com os dados da Oxfam, a renda de 99% da humanidade caiu, e mais de 160 milhões de pessoas foram empurradas para a extrema pobreza.
No Brasil, são 55 bilionários com riqueza total de US$ 176 bilhões, de acordo com o braço brasileiro da Oxfam. Desde março de 2020, quando a pandemia foi declarada oficialmente, o país ganhou dez novos bilionários. Segundo o relatório, o aumento da riqueza dos bilionários brasileiros durante a pandemia foi de 30%, somando US$ 39,6 bilhões. "Os 20 maiores bilionários do país têm mais riqueza (US$ 121 bilhões) do que 128 milhões de brasileiros (60% da população)", aponta a ONG.
De acordo com a Oxfam, a desigualdade entre países deve aumentar pela primeira vez em uma geração. “Países em desenvolvimento, que tiveram acesso negado às vacinas devido à proteção dos monopólios das corporações farmacêuticas por parte dos governos dos países ricos, foram forçados a cortar gastos sociais à medida que seus níveis de endividamento aumentaram, e agora enfrentam severas medidas de austeridade”, afirma o documento. “A proporção de pessoas com covid-19 que morrem devido à doença em países em desenvolvimento é quase o dobro do total dos países ricos”, acrescenta.
O documento ressalta que, se fosse aplicado um imposto de 99% sobre os ganhos obtidos pelos dez maiores bilionários do mundo, seria possível custear vacinas suficientes para toda a população do mundo; oferecer saúde pública universal e proteção social; investir em ações de adaptação climática; e, reduzir a violência de gênero em mais de 80 países. “E esses 10 bilionários ainda seguiriam com US$ 8 bilhões a mais do que tinham antes da pandemia”, conclui o relatório.
Fonte: Valor Investe (17/01/2022)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
"Este blog não se responsabiliza pelos comentários emitidos pelos leitores, mesmo anônimos, e DESTACAMOS que os IPs de origem dos possíveis comentários OFENSIVOS ficam disponíveis nos servidores do Google/ Blogger para eventuais demandas judiciais ou policiais".