quinta-feira, 16 de junho de 2022

Comportamento: Casais que dormem em camas separadas estão mais propensos à insônia e estresse

 


Um novo estudo revelou que, além de diversos outros benefícios para a saúde, dormir junto é mais relaxante e aproxima do parceiro. Por outro lado, quem dorme sozinho ou divide a cama com os filhos apresenta taxas mais altas de insônia. Entenda

Um novo estudo descobriu que adultos que dormem juntos desfrutam de uma infinidade de benefícios para a saúde física e mental se comparados a aqueles que dormem sozinhos. Isso ocorre apesar de um número crescente de casais que optam por dormir em quartos separados. Os pesquisadores americanos afirmam que dormir juntos não só melhora a qualidade do sono, mas também reduz o risco de depressão, ansiedade, estresse e fadiga.

Os casais que dormem juntos também se sentem mais próximos emocionalmente do parceiro, mais seguros em seu relacionamento e têm melhor satisfação geral com a vida. Michael Grandner, especialista em sono da Universidade do Arizona, que liderou o estudo, disse estar "muito surpreso ao descobrir o quão importante isso pode ser". A pesquisa envolveu a análise de dados de 1 mil homens e mulheres em idade ativa da Pensilvânia. Eles foram questionados sobre seu sono, saúde e qualidade de vida no último mês. Os pesquisadores também analisaram o efeito de dormir com crianças ou outros membros da família.

Pessoas que não têm o hábito de dormir com um parceiro ou cônjuge se mostraram mais propensas a sofrer de insônia do que aquelas que dormiam "na maioria das noites". Casais que compartilhavam uma cama também tiveram uma qualidade de sono de melhor e eram menos propensos a sofrer de fadiga. Dormir sozinho foi associado a maiores escores de depressão, menor apoio social e pior satisfação com a vida e relacionamento. "Dormir com um parceiro/cônjuge está associado a uma melhor qualidade do sono e saúde mental em geral", afirmou a conclusão do artigo.

Dormir com os filhos

Enquanto isso, aqueles que dormiam com seus filhos na maioria das noites relataram taxas mais altas de insônia, estresse e risco de apneia do sono. As pessoas que dormiam com outros membros da família se mostraram mais sonolentas durante o dia e tinham pior qualidade do sono à noite. Pesquisas anteriores sugeriram que dormir com um parceiro romântico permite que o corpo relaxe e tenha um sono profundo por mais tempo. O sono de movimento rápido dos olhos (REM) desempenha um papel importante no processamento emocional, nos níveis hormonais e no desenvolvimento muscular e cerebral saudável. Se isso for interrompido regularmente — por exemplo, por uma criança pequena — pode levar a uma série de problemas de saúde.

“Poucos estudos de pesquisa exploram isso, mas nossas descobertas sugerem que, quer durmamos sozinhos ou com um parceiro, um membro da família pode afetar nossa saúde do sono. Ficamos muito surpresos ao descobrir o quão importante isso pode ser", disse o professor. Brandon Fuentes, pesquisador do departamento de psiquiatria do Arizona e co-autor principal, também comentou os resultados: “Dormir com um parceiro romântico ou cônjuge mostra grandes benefícios na saúde do sono, incluindo redução do risco de apneia do sono, gravidade da insônia do sono e melhora geral na qualidade do sono".

Um trecho do estudo foi publicado em um suplemento online da revista Sleep e foi apresentado em uma conferência do sono nos Estados Unidos esta semana. Os resultados completos serão publicados ainda este ano.

Riscos privação do sono

A recomendação geral das agências mundiais de saúde é de 8 a 10 horas de sono diárias, mas o brasileiro descansa, em média, apenas 6,4 horas por dia, segundo a Associação Brasileira do Sono. E a situação é ainda mais preocupante para os pais de recém-nascidos: alguns relatam dormir apenas 2 horas por noite. De acordo com a Agência Einstein, uma pessoa que ficou 18 horas sem dormir passa a ficar mais lenta e com reflexos comprometidos. O efeito é parecido com o de estar embriagado (o equivalente a uma concentração de 0,05% de álcool no sangue). Já quando o período de privação de sono é de 24 horas, o efeito pode ser comparado à taxa de álcool no sangue de 0,10%, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês).

Quem não dorme o suficiente também tem um aumento de corticosterona, um dos hormônios que o corpo libera em situações de estresse. “Isso provoca uma queda na produção de novas células do cérebro, afetando a cognição, especialmente a formação de memória e a capacidade de concentração”, explica o psiquiatra Adiel Rios, pesquisador do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e membro da Associação Brasileira de Psiquiatria, em entrevista à Agência Einstein.

Fonte: Crescer (13/06/2022)

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