terça-feira, 21 de junho de 2022

Fundos de Pensão: Eletrobras quer fazer o inverso que a Telebras fez ao ser "privatizada", juntar todos seus fundos de pensão

 


Eletrobras pode juntar fundos de pensão, criando gigante de R$40 bilhões, dizem fontes

Segundo uma fonte ouvida pelo Scoop by Mover, a unificação das fundações já era estudada pela Eletrobras antes da privatização

A privatização da Eletrobras ressuscitou a possibilidade de uma fusão dos fundos de pensão ligados à empresa, o que criaria a quinta maior fundação do país, com mais de R$40 bilhões sob gestão, disseram ao Scoop by Mover quatro fontes com conhecimento do assunto.

A fusão, que tem o potencial de ser uma das maiores do país em termos de junção de patrimônio, aceleraria a redução de custos relacionados à estrutura dos fundos de previdência complementar e o equacionamento dos déficits atuariais na Eletrobras e suas subsidiárias, que juntas têm mais de 45 mil participantes nos seus planos, disseram as fontes.

“Além do fundo unificado subir no ranking das entidades de previdência complementar, uma eventual consolidação proporciona força e ganhos de escala”, disse uma das fontes, que pediu anonimato para falar livremente sobre o plano.

As fundações existentes incluem Eletros, da matriz Eletrobras; Real Grandeza, de Furnas; Fachesf, da Chesf; Previnorte, da Eletronorte; e Elos, da Eletrosul. Procuradas, Real Grandeza, Eletros e Elos não comentaram as informações. Fachesf e Previnorte não responderam imediatamente aos pedidos de comentário.

A nova fundação unificada, caso o projeto se concretize, teria um patrimônio próximo ao da Vivest, que ocupa o quarto lugar e soma R$46 bilhões em recursos sob gestão. À frente, estariam Previ, com cerca de R$270 bilhões, Petros, com mais de R$114 bilhões, e Funcef, com R$91 bilhões.

Segundo outra fonte, a unificação das fundações já era estudada pela Eletrobras antes da privatização. Isso ilustra uma das alternativas que a companhia cogita para reduzir gastos necessários – um dos motivos que levou à sua desestatização.

Segundo a Eletrobras, no ano passado foram realizados aportes de R$294 milhões em contribuições pela companhia e suas subsidiárias para seus respectivos planos de aposentadoria. Em 2021, a companhia registrou um déficit de R$5,8 bilhões em seus planos de pensão e de suas subsidiárias.

Equacionamento de déficit

O déficit de cada um dos planos pode ser equacionado, caso o montante ultrapasse o limite estipulado legalmente para fins de equacionamento, o que faz com que tanto a Eletrobras quanto os participantes dos planos realizem contribuições extraordinárias a fim de restaurar o saldo do plano.

Nesse caso, cada fundo de pensão apresenta um plano de equacionamento de déficit definido nas parcelas e os períodos para as contribuições extras. Algumas fundações registraram déficits em 2021 e precisarão apresentar planos de equacionamento neste ano, como é o caso da Real Grandeza.

Eletros, Elos e Fachesf também estão com plano de equacionamento de déficit em vigor.

Para tentar mitigar os riscos, novos planos de contribuição definida, que não possuem risco atuarial, foram criados com o patrocínio das subsidiárias da Eletrobras, com abertura do processo de migração de participantes dos planos de benefício definido e contribuição variável, que estão sujeitos a riscos atuariais, para estes novos planos.

A Eletrobras também disse em seu balanço do quarto trimestre que, “ainda na perspectiva para 2022, serão desenvolvidas as iniciativas de gestão do conhecimento, otimização da previdência privada e do benefício de assistência à saúde”.

Mesmo que os riscos relacionados a equacionamento de déficit assustem os novos controladores da companhia privatizada, as fontes afirmam que o melhor caminho ainda é manter os planos de benefícios previdenciários sob guarda-chuva da Eletrobras.

Se desfazer dos planos, o que configura em uma retirada de patrocínio, tem dois inconvenientes, segundo uma das fontes.

“Se o plano em questão estiver deficitário, o patrocinador tem que pagar à vista toda a insuficiência”, pontua a fonte. O outro problema, disse, seria a resistência dos empregados.

Fonte:  TC (17/06/2022)

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"Este blog não se responsabiliza pelos comentários emitidos pelos leitores, mesmo anônimos, e DESTACAMOS que os IPs de origem dos possíveis comentários OFENSIVOS ficam disponíveis nos servidores do Google/ Blogger para eventuais demandas judiciais ou policiais".