Especialistas destacam a importância da ingestão adequada de água para a saúde cognitiva e dão dicas para manter a hidratação
A desidratação pode afetar diretamente a memória, a concentração e até acelerar o envelhecimento do cérebro. Ao Metrópoles, o neurologista e nutrólogo Rubem Regoto explica que, mesmo em níveis leves, a falta de hidratação já compromete as funções cognitivas.
“Uma perda de apenas 1 a 2% da água corporal pode reduzir a memória de curto prazo, a atenção e a velocidade de raciocínio. Esse nível de desidratação pode acontecer facilmente se você passar algumas horas sem beber água, principalmente em dias quentes ou após exercícios físicos”, alerta.
O cérebro é composto por 75% de água, e a falta do líquido pode impactar a circulação sanguínea, dificultando o transporte de oxigênio e nutrientes essenciais. “Pense no sangue como um rio que leva nutrientes ao cérebro. Quando você está desidratado, esse rio fica raso e lento, dificultando a chegada do oxigênio e prejudicando a atividade cerebral”, detalha Regoto.
Além disso, a falta de água pode comprometer a produção de neurotransmissores, como dopamina e serotonina, responsáveis pela regulação do humor e da cognição. “A desidratação pode afetar diretamente seu estado emocional, deixando você mais irritado, ansioso e com dificuldades de aprendizado”, completa o médico.
A longo prazo, a desidratação também pode contribuir para o declínio cognitivo e aumentar o risco de doenças neurodegenerativas. “Embora não exista uma relação direta e definitiva, sabemos que a falta crônica de água pode levar a processos inflamatórios e danos às células cerebrais, o que pode acelerar doenças como Alzheimer e demência“, afirma Regoto.
Sinais de que você precisa beber mais água
Segundo a nutricionista Juliana Andrade, colunista do Metrópoles, a desidratação pode se manifestar de diversas formas:
- Boca seca e cansaço excessivo
- Sensação de sede intensa
- Tontura
- Dores de cabeça e sensação de confusão mental
- Pele ressecada e dificuldade de concentração
- Urina escura
“Muitas pessoas só percebem que estão desidratadas quando já sentem os sintomas. O ideal é prevenir, ingerindo líquidos ao longo do dia, sem esperar o corpo dar sinais de alerta”, explica a nutricionista.
Pessoas mais velhas são especialmente vulneráveis à desidratação, pois o mecanismo da sede se torna menos eficiente com a idade. “É essencial que essas pessoas tenham horários fixos para beber água. Pequenos lembretes, garrafas sempre à vista e até chás naturais podem ajudar a evitar complicações como confusão mental e desorientação”, orienta Rubem Regoto.
Dicas da nutri para manter a hidratação
- Tenha sempre uma garrafinha de água por perto
- Estabeleça lembretes no celular ou no computador
- Inclua alimentos ricos em água, como frutas e vegetais
- Acompanhe a cor da urina: se estiver escura, é hora de se hidratar
A nutricionista recomenda ainda o consumo, em média, de 2 a 3 litros de água por dia, o que equivale a cerca de 8 a 10 copos (de 250 ml). No entanto, “essa quantidade pode aumentar em dias mais quentes ou quando a pessoa pratica exercícios físicos intensos. Ouvir o corpo e beber água até mesmo antes de sentir sede também é uma regra essencial”, ressalta a especialista.
Bebidas como café e chá podem contribuir para a hidratação, mas não substituem a água. “Café e chá são diuréticos leves, ou seja, aumentam a eliminação de líquidos. O ideal é sempre priorizar a água pura para garantir uma hidratação eficiente”, explica Regoto.
Fonte: Metrópoles (07/03/2025)
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