sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Planos CPqD: Comparativo exclusivo entre planos CPqDPrev e InovaPrev mostra que defasagem de rendimentos entre planos se manteve em 2019



No dia 3 de fevereiro de 2014 foi lançado oficialmente pela Sistel o plano InovaPrev, na modalidade CD (Contribuição Definida), com patrocínio da Fundação CPqD e suas empresas coligadas.

Com o lançamento deste plano, seu antecessor, o CPqDPrev, na modalidade CV (Contribuição Variável), foi imediatamente fechado a novos ingressantes.
Naquela ocasião 885 participantes ativos e 12 assistidos, suficientemente informados, optaram por migrar do CPqDPrev ao InovaPrev, mesmo conscientes que o novo plano não possuía benefício vitalício e que esse era apenas vinculado a uma conta individual, com prazo para esgotar-se após o início de sua utilização. 
Hoje o InovaPrev pouco cresceu, contando no final de 2019 com 1007 participantes, 28 assistidos e 4 pensionistas.

A diferença fundamental entre os dois planos reside na fase de gozo do benefício (aposentadoria), onde no CPqDPrev o valor deste benefício, na data de sua solicitação, é fixado, definido (como nos antigos planos PBS) e reajustado anualmente pelo INPC, independente de valorização futura das cotas do plano e calculado em função de sua reserva individual acumulada e da idade do solicitante, mas concedido de forma vitalícia. 
Na eventualidade de déficit no plano (nunca ainda ocorrido), as patrocinadoras do CPqDPrev e os participantes ativos arcariam com esse e, dependendo da situação de ingresso neste plano, alguns assistidos mais recentes, também.

Já no InovaPrev a fase ativa do participante é idêntica ao do CPqDPrev (a menos da escolha do perfil de investimento do participante ativo que, apesar de prometido no seu lançamento em 2014, nunca chegou a ser implantado pela Sistel), no que se refere a fase de acumulação cotas do plano, tanto as provenientes de contribuições da patrocinadora, como as do participante. Na fase de gozo do benefício (que não é mais definido, mas variável em função do valor das cotas do plano), esse é calculado em função do total de cotas acumuladas na conta individual. O início de percepção é dado através das opções anuais do assistido, Prazo ou Valor determinado de uso das cotas, até que as cotas de sua conta individual se esgotem, independentemente de quantos anos o assistido viverá. Desta forma inexiste a possibilidade de ocorrer superávits ou déficits no plano e uma possível reversão de valores ou cobertura de déficit por parte da patrocinadora. 

Desde a implantação do InovaPrev, devido ao perfil dos participantes (plano aberto a novos entrantes e sempre mais jovens) e a aceitação de possíveis riscos (assumidos exclusivamente pelos participantes), era previsto que os investimentos deste plano trariam melhor rentabilidade que do CPqDPrev. Porem não foi o que ocorreu nos últimos anos. Em 2019 o InovaPrev rendeu 7,40%, enquanto o plano CPqDPrev rendeu 9,57%, uma diferença de rendimento de 2,02 % a.a., praticamente igual a havida em 2018.

Se tomarmos em consideração o período de 6 anos desde o lançamento do InovaPrev, observamos que o CPqDPrev rendeu 89,84%, enquanto o InovaPrev rendeu 74,75%, ou seja, o rendimento do CPqDPrev ficou  8,63% acima (15 pontos percentuais a mais) do InovaPrev, uma diferença superior ao rendimento obtido pelo InovaPrev em 2019 (7,40%).

Talvez por esse  motivo alguns assistidos do InovaPrev estão acelerando sua saída do plano através da solicitação de benefícios anuais com o maior número de cotas permitido. 

Esses fatos trazem a constatação daquilo que vimos defendendo neste blog desde o lançamento do InovaPrev em fevereiro de 2014, de que os novos planos de previdência fechada na modalidade Contribuição Definida - CD, independentemente da entidade que os gerencie, são bons (sem risco) para as patrocinadoras, mas não tão bons aos participantes. Mas essa modalidade de plano é a única que resta aberta  nos dias de hoje em qualquer EFPC.



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