"A escalada do desmatamento nos últimos anos, combinada a relatos de um desmantelamento de políticas ambientais e de direitos humanos e de agências de vigilância, está criando uma incerteza generalizada sobre as condições para investir ou oferecer serviços financeiros no Brasil", disse a carta.
Ambientalistas culpam Bolsonaro por enfraquecer as proteções e causar um aumento no desmatamento e nos incêndios florestais desde que tomou posse em 2019. Bolsonaro argumenta que o Brasil é um modelo de conservação, ao mesmo tempo em que pede mais mineração e agricultura na região amazônica.
O Ministério das Relações Exteriores confirmou, em nota, que algumas embaixadas receberam a carta e que está examinando a questão em coordenação com as agências governamentais responsáveis pelas políticas ambientais.
O presidente-executivo da Storebrand Asset Management, Jan Erik Saugestad, disse em uma entrevista que, embora iniciativas anteriores tenham se concentrado em pressionar empresas brasileiras, o novo esforço visa precisamente o governo.
Entre as 25 empresas europeias que assinaram estão a também norueguesa Nordea Asset Management e a Igreja da Inglaterra, que tem um fundo de pensão equivalente a 3,5 bilhões de dólares. A britânica Legal & General Investment Management (LGIM) está entre as maiores investidoras com seus 1,2 trilhão de libras esterlinas sob gerenciamento.
As norte-americanas Domini Impact Investment e Pax World Funds também assinaram a carta. A Fram Capital, que tem sede em São Paulo, é a única signatária brasileira.
A carta não fala em consequências se o governo brasileiro não agir, mas na semana passada sete empresas da Europa disseram à Reuters que podem desinvestir em ativos ligados ao país se a destruição ambiental continuar. Muitas destas empresas também assinaram a carta enviada às embaixadas.
Fonte: Reuters (23/06/2020)
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