sexta-feira, 21 de maio de 2021

Comportamento: Brasileiro que bebe muito poderá viver quase nove meses menos, estima OCDE. Vai ganhar menos de seu fundo de pensão!



Brasil se destaca como uma das nações em que o número de pessoas que bebem não é grande. Mas, entre aqueles que bebem, as quantidades consumidas são significativas

A expectativa de vida do brasileiro poderá ser quase nove meses menor nos próximos 30 anos com o impacto de doenças e lesões causadas pelo consumo de álcool acima de 1 drink por dia para mulheres e 1,5 drink diário para homens. Ao mesmo tempo, o Produto Interno Bruto (PIB) do país será 1,3% menor por ano.   

As estimativas são da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), em relatório no qual analisa 52 países, incluindo seus membros e os do G20. O Brasil se destaca como uma das nações em que o número de pessoas que bebem não é grande. Mas, entre aqueles que bebem, as quantidades consumidas são significativas.  

O consumo per capita de álcool no país (aqueles com 15 anos ou mais) é estimado em 7,4 litros por ano, enquanto o consumo entre bebedores habituais é igual a 19,8 litros em média. Em comparação, nos países desenvolvidos esse consumo é de 10 e 15,4 litros respectivamente.  

No G20, o Brasil está ao lado da Rússia, Turquia, África do Sul entre os países com o maior consumo entre os bebedores. Nessa categoria, no Brasil as mulheres consomem mesmo mais álcool (30 litros em média) comparado aos homens (10 litros).  

Pelos cálculos da entidade, doenças e lesões causadas pelo consumo de álcool acima de 1/1,5 drink por dia resultam 1,3% dos gastos com saúde no Brasil por ano, comparado a 2,4% nos países desenvolvidos. No total, US$ 138 bilhões por ano serão gastos nesses tratamentos entre todos os países examinados, equivalente a duas vezes o orçamento de saúde da Bélgica.   

Investir em medidas para reduzir o consumo nocivo de álcool pode salvar milhões de vidas e também traz benefícios econômicos. Estima que se o Brasil investir 4,4 reais por pessoa por ano num pacote dessas políticas, isso evitará 10 milhões de doenças e lesões não transmissíveis até 2050; economizará R$ 1,1 bilhão por ano em custos de saúde; e aumentará o emprego e a produtividade pelo equivalente a 163 mil trabalhadores em tempo integral por ano.  

Para cada R$ 1 investido no pacote de políticas anti-alcool no Brasil, são devolvidos R$ 16 em benefícios, sem considerar qualquer impacto sobre a indústria do álcool, diz a OCDE.  

Também estima que uma maior taxação sobre consumo de álcool pode ter maior efeito de alta na força de trabalho nos EUA, Brasil, China, Índia e Rússia.  

O consumo de álcool mudou na pandemia de covid-19, com mais compras pelo comércio eletrônico em países como o Brasil. Durante os confinamentos, pessoas com maior poder aquisitivo e aqueles com sintomas de ansiedade e depressão apresentaram as maiores altas de consumo de bebidas na Austrália, Bélgica, França, Reino Unido e EUA. Chamadas de emergência cresceram 60% na União Europeia.  

Nos países desenvolvidos, 42% do álcool consumido é na forma de cerveja, 29% de vinho e 23% de outras bebidas. Na América Latina, a proporção é alta de consumo de cerveja, com exceção da Argentina e Chile, grandes produtores de vinho. No Brasil, cerca de 60% é consumo de cerveja.

Fonte: Valor (19/05/2021)

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