Estudo mostrou que a taxa de proteção do imunizante cai conforme a idade do paciente. Acima dos 80 anos seria de apenas 28%.
Um estudo sobre a eficácia da CoronaVac levantou a discussão em relação à necessidade de revacinar idosos acima de 80 anos ainda em 2021. A pesquisa mostrou que a taxa de proteção do imunizante cai conforme a idade do paciente. Em pessoas com idade entre 70 e 74 anos, a eficácia está em 61,8%. No grupo entre 75 e 79 anos, a porcentagem cai para 48,9%, enquanto em idosos acima de 80 anos o número chega a apenas 28%.
O indicador encontrado foi considerado superior ou similar à eficácia verificada durante os estudos clínicos da vacina no Brasil – 50,7% –, porém a queda acentuada nos octogenários liga o sinal de alerta para esta faixa etária. Alguns especialistas afirmam que ainda é muito cedo para pensar em revacinação desse grupo, uma vez que os dados da pesquisa não abordaram a proteção contra internações e óbitos.
Para Julio Croda, infectologista da Fiocruz e um dos responsáveis pelo estudo, a aplicação de doses de reforço e até mesmo calendários de revacinação deveriam ocorrer ainda este ano. Ele ressalta, porém, que apesar da eficiência nesta faixa etária, a CoronaVac deve continuar sendo utilizada no programa de vacinação, uma vez que apresenta números até mesmo superiores em outros grupos da população. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 4,2 milhões de idosos acima dos 80 anos já receberam ao menos uma dose contra o novo coronavírus.
Já para Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), ainda não há dados o suficiente que corroborem uma revacinação nesse momento. Ainda de acordo com a médica, ainda é cedo para uma atitude concreta, porém afirma que os resultados servem para reforçar a manutenção das medidas de proteção, como lavar às mãos frequentemente, usar máscaras e manter o distanciamento social.
O ritmo de vacinação no país segue caminhando a passos lentos. Cerca de 42,3 milhões de pessoas foram vacinadas com pelo menos uma dose, ao mesmo tempo que 20,8% estão totalmente imunizados. Com apenas 20% da população brasileira em pouco mais de 4 meses, uma revacinação nesse momento pode ser inviável.
Fonte: Veja (25/05/2021)
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