Investidores se articulam para que governo busque ‘solução interna’ na Petrobras
Adriano Pires, que havia sido indicado como candidato a presidente da companhia desistiu do cargo. Ontem tinha sido a vez de Rodolfo Landim também comunicar publicamente a desistência à vaga de “chairman”
Existem articulações, entre investidores da Petrobras, para que a União indique o presidente do conselho de administração e o presidente-executivo da companhia entre os atuais integrantes que fazem parte do conselho de administração da companhia.
Hoje a colunista Malu Gaspar, de “O Globo”, informou que Adriano Pires, que havia sido indicado como candidato a presidente da companhia desistiu do cargo. Ontem tinha sido a vez de Rodolfo Landim também comunicar publicamente a desistência à vaga de “chairman”.
Pires e Landim vinham sendo questionados em relação a conflitos de interesse com a estatal. Landim enfrenta ainda uma ação penal por supostos danos causados à Petros, o fundo de pensão dos funcionários da estatal.
Do atual, conselho de administração da Petrobras, três nomes vão deixar a companhia depois da Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária (AGOE) da estatal, no dia 13.
São eles o atual presidente do conselho de administração, Eduardo Bacellar Ferreira, o presidente da companhia, general da reserva Joaquim Silva e Luna, e o conselheiro Murilo Marroquim.
Cabe ao Ministério de Minas e Energia (MME), ao qual a Petrobras está vinculada, fazer formalmente a indicação dos nomes para o conselho de administração e o conselho fiscal da Petrobras. Nos bastidores, a indicação costuma ser política, definida pelo Palácio do Planalto, especialmente quando se trata do “chairman” e do CEO da empresa.
Mesmo assim, os candidatos a essas funções, as mais importantes na administração da empresa, precisam passar pelas instâncias de governança da estatal e terem os nomes aprovados de acordo com os critérios da Lei das Estatais (13.303/2016).
O MME informou ontem estar avaliando nomes para substituir o de Rodolfo Landim. Terá agora que pensar também em um nome para a vaga de Adriano Pires.
Não está claro se a decisão poderia mesmo ser interna, mas há pressão de investidores nesse sentido considerando que faltam nove meses para o fim do mandato do governo de Jair Bolsonaro e as mudanças em sequência na estatal criam permanente instabilidade.
Fonte: Valor (04/04/2022)
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