terça-feira, 22 de novembro de 2022

Planos de Saúde de Autogestão: Entidades sindicais defendem responsabilização do BB para cobrir déficit de seu plano de saúde Cassi



Proposta apresentada pela direção da Cassi traz aumento da contribuição apenas para os associados, sem nenhum ônus para o Banco do Brasil

Representantes dos trabalhadores e associados rejeitaram a proposta.

Na última segunda-feira, 14, em reunião com as entidades sindicais e representantes dos associados, a direção da Cassi informou que há um déficit de R$ 366 milhões no Plano Associados. Sem diálogo prévio com os representantes das entidades, a direção do plano apresentou proposta de aumento da coparticipação para 50%, que onera apenas os associados, sem nenhuma medida de responsabilização do Banco do Brasil, patrocinador do plano. A proposta foi rejeitada pelos representantes dos trabalhadores e associados.

O déficit nas contas da Cassi já estava sendo denunciado pelas entidades representativas dos associados desde o primeiro semestre deste ano, mas foi a todo momento negado pela direção do plano que tinha mandato até 31 de maio. A diretora do Sindibancários/ES Goretti Barone defende que a solução para sanear as contas da Cassi seja discutida coletivamente, entre a direção da entidade e os representantes dos associados.

“Somos contrários a essa proposta de aumento da coparticipação, que, além de onerar apenas os associados, vai penalizar aquelas pessoas que mais precisam. Precisamos cobrar do BB que arque também os altos custos com a saúde dos trabalhadores, afinal a maior parte do adoecimento está relacionada ao trabalho no banco. Muitos bancários que tiveram a covid-19 e estão com sequelas contraíram a doença no trabalho”, aponta Goretti.

Medida unilateral

A diretora do Sindicato critica ainda a forma como a proposta de contingenciamento foi construída e colocada em discussão com a direção do Banco antes do diálogo com os representantes dos associados. “O presidente da Cassi passou por cima da construção coletiva e atropelou as entidades. Informar o BB sobre o déficit e pedir ao banco que acionasse as entidades foi uma decisão dele, e não do colegiado”, aponta Goretti.

As entidades representativas dos associados já discutem há meses uma solução para o déficit do plano. Entre as propostas já traçadas para solucionar o problema estão o retorno da taxa administrativa, já acordada na Reforma Estatutária; recursos de decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre ressarcimento de ações trabalhistas, onde parte que é devida pelo banco seria direcionada à Cassi; e por fim, que o BB, como patrocinador, assuma as despesas que a Cassi teve no combate à covid-19.

Além disso, as entidades defendem mais investimentos para ampliar a Estratégia Saúde da Família, que hoje atende apenas 240 mil famílias. “Esse programa é um dos alicerces da Cassi, pois além de melhorar a qualidade de vida dos associados ao focar na prevenção de doenças, contribui para redução de custos. Mas, infelizmente, os membros da direção indicados pelo BB e a diretoria eleita vinculada ao Grupo Mais têm como proposta transformar a Cassi em um plano de mercado. Isso está evidente na criação de vários planos na Cassi. Temos que resistir. Para isso, convocamos todos os associados a acompanharem o processo e a participarem dos debates para manter a Cassi como plano de autogestão fundamentado no princípio da solidariedade”, enfatiza Goretti.

Fonte: Bancários ES (18/11/2022)

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