Um ano depois de modificar um decreto para retirar a exclusividade da Telebras na rede privativa de governo, Jair Bolsonaro prepara um novo decreto, agora para recolocar a estatal no centro desse projeto. A empresa, que já fora responsável pelo estudo que baseou a precificação desse compromisso no leilão do 5G, será também diretamente encarregada pela implantação da rede privativa.
“Vamos publicar o Decreto para a Telebras fazer a rede privativa”, anunciou o ministro das Comunicações, Fábio Faria, nesta quarta, 9/11, durante a comemoração do aniversário de 50 anos da estatal. No evento, também foi anunciado que a Telebras vai participar como operador neutro em outro projeto de conectividade relacionado ao leilão do 5G, as fibras nos rios da Amazônia.
O presidente da Telebras, Jarbas Valente, lembrou que a empresa já foi responsável pelos estudos da rede privativa do governo federal, quando o plano foi incluído no edital por exigência do Ministério das Comunicações. “Todo o projeto que a gente desenvolveu, todos os valores que constam no edital, são baseados em um trabalho da Telebras”, reforçou.
O edital do 5G previu R$ 1,25 bilhão para esse projeto. O novo decreto deve disciplinar como se dará a transferência desses recursos para a estatal. Ano passado, com a proximidade do leilão do 5G, o governo federal fez um decreto (10.799/21) para tirar a exclusividade da rede privativa da Telebras – ainda na expectativa de que um operador privado ficasse com essa missão. Agora, o papel da empresa volta a ser central.
Segundo Valente, a rede segura de governo terá criptografia, em parceria da estatal com o CPqD e a Kryptos, empresa brasileira conhecida no ramo da criptografia. “Vai sair não só para a rede terrestre, para expandir todas as redes metropolitanas nas capitais, também para construção da rede móvel no Brasil todo, o que a Telebras está fazendo com recursos próprios. E também o serviço de comunicação segura do Estado, que é criptografia em uma camada mais alta, que a Telebras já faz e agora vai fazer em rede, junto com o CPqD e a Kryptos”, disse o presidente da Telebras.
Ele também revelou que a estatal vai entrar no projeto das fibras na Amazônia, o Norte Conectado. “Fomos convidados pelo Ministério das Comunicações para participar do projeto como um todo, até porque a Telebras já tem uma parceria muito grande com o Exército e com as fibras que eles lançaram. Estamos junto com eles e vamos criar as redundâncias que hoje não têm na rede. Vamos implantar fibras que vão conectar pontos de conexão no rio com a nossa rede terrestre. É garantia de segurança e redundância, e vamos fazer a operação de toda a rede do Exército e do Ministério da Defesa, lá e no Brasil todo. Essa parte é com dinheiro da Telebras. E vamos ser um dos operadores neutros, só que levando a redundância”, disse Valente.
Fonte: Convergência Digital (09/11/2022)
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