segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Comportamento: Cientistas descobriram pela 1ª vez dois truques que acabam com o jet leg (desconforto em viagens longas)



Novas pesquisas apontam para maneiras de combater o distúrbio do sono causado pela mudança de fuso horário

O início de viagem em um fuso horário diferente pode se tonar uma dor de cabeça para muitas pessoas, principalmente por conta do usual jet lag, distúrbio do sono causado pelo desalinhamento entre o ciclo circadiano e as horas externas. No entanto, cientistas afirmam que a solução para esse problema é comer um farto café da manhã e tomar sol no primeiro dia de viagem.

Além das conhecidas alterações do período de sono (atrapalhando, assim, a agenda de compromissos estabelecida para o local de chegada), o distúrbio pode causar uma diminuição da função cognitiva, mal-estar, fadiga e alguns sintomas gastrointestinais, como diarreia ou indigestão.

Os pesquisadores descobriram que a combinação de alimentação no início do dia e absorção de luz natural acelera o tempo que o corpo leva para se recuperar das mudanças de fuso horário. Outro achado do estudo foi que lanches noturnos devem ser evitados.

"Mudar constantemente os horários das refeições ou fazer uma refeição à noite é desencorajado, pois pode levar ao desalinhamento entre os relógios internos", escrevem os autores.

Realizado por equipes da Northwestern University e do Santa Fe Institute, nos EUA, a pesquisa, publicada na revista científica Chaos, desenvolveu modelos matemáticos para conseguir explorar ritmos circadianos e métodos de recuperação do jet lag. Um deles calculou a efeito da luz no organismo, enquanto o outro mediu o impacto de alimentos.

Então, foi comprovado que uma maior exposição à luz ajudava o corpo a se acostumar ao novo fuso. Além disso, comer mais cedo permitiu que o corpo seguisse melhor a programação local. Dentre as comidas recomendadas, estão as frutas, que podem manter a hidratação do corpo e ajudar a combater a fadiga.

Outras opções, repletas de magnésio, ajudam o corpo a regular os eletrólitos, minerais que transportam água por todo, como nozes mistas, amêndoas e castanhas de caju. Por outro lado, beber café e bebidas energéticas não é recomendado. Por terem função estimulante acabam tornando a tarefa de pegar no sono ainda mais difícil nos primeiros dias de viagem.

Como reduzir os efeitos já durante o voo?

Outro estudo preliminar, encabeçado pela Universidade de Sydney, na Austrália, e pela companhia aérea australiana Qantas, descobriu que diferentes horários de iluminação e sono, horários de refeições e ingredientes específicos como pimenta e chocolate durante voos de longa distância demonstraram contribuir para melhorar o jet lag.

Os testes a bordo feitos pelos pesquisadores envolveram horários de iluminação de cabine personalizados para facilitar a adaptação ao fuso horário de destino e a integração de atividades para o corpo, como alongamento e movimento.

Os horários das refeições também foram ajustados para alinhar o relógio biológico dos passageiros. Já o manejo do despertar e do sono foi feito com itens específicos do menu, incluindo peixe e frango combinados com carboidratos de ação rápida, bem como alimentos reconfortantes, como sopas e sobremesas à base de leite, para incentivar o sono.

— Enquanto a pesquisa estava em andamento, havia sinais claros de que as intervenções implementadas durante os voos experimentais reduziram o impacto das viagens de longa distância — explicou Peter Cistulli, professor de Medicina do Sono na Universidade de Sydney.

Fonte: O Globo (07/09/2023)

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