segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Diversão: Série documental boa da Netflix dá os caminhos para a longevidade



Ultrapassar a marca dos 100 anos depende de um conjunto de regras de comportamento bem simplesO homem moderno, equipado de tanto conhecimento científico, paradoxalmente se afastou dessa receita. É isso, resumindo, o que mostra Dan Buettner na série “Como viver até os 100: os segredos das Zonas Azuis”, lançada pela Netflix. Os quatro episódios correm puxados por espírito propositivo e de esperança. Eis aí, de saída, uma boa razão para conferir a produção.

Buettner — ex-colaborador da National Geographic, jornalista, autor de best-sellers e pesquisador — visita cinco bolsões de longevidade espalhados pelo mundo. Ele promete desvendar os mistérios que levam suas populações a chegar a idades avançadas com saúde e a cognição em dia. Olhando mais de perto é fácil notar que o apresentador tenciona se mostrar dono da disposição de um jovem aventureiro. Esse recado está no despojamento do seu figurino. E também na ideia de que (aparentemente) viaja com um único acompanhante: o câmera.

Há um clima permanente de “pé na estrada”. Assim, ele vai construindo uma narrativa agradável e envolvente.

Veja abaixo o trailer do seriado da Netflix


O programa é cheio de bons personagens. Buettner viaja para Okinawa, no Japão; para a Sardenha, na Itália; para Icária, na Grécia; para Nicoya, na Costa Rica; e para Loma Linda, na Califórnia. No último capítulo, expõe sua experiência como fundador de uma “zona azul” numa cidadezinha de 18 mil habitantes no Minnesota.

Todos os anciões que ele ouve dão testemunhos com pontos comuns. E são essas coincidências que o apresentador destaca. Essas pessoas se alimentam bem e praticam atividade física. Parece uma obviedade, mas não é bem assim. Na maior parte das vezes, esses bons hábitos são naturalizados na rotina e passam despercebidos. Por exemplo, num vilarejo encravado numa montanha na Sardenha, ele pergunta a uma mulher a que atribuir sua idade avançada. Ela hesita um pouco e afirma: “À esperança e à fé”. E ele indaga então com que frequência ela vai à igreja. “Todos os dias”, responde. Buettler observa então que para isso ela tem de subir uma ladeira a pé. É ginástica. Em Okinawa, ele nota que não há quase móveis nas casas, só um tatame e uma mesa baixa. Sinal de que, em vez de ir à academia, o exercício está incorporado ao cotidiano desses reis da saúde. Na Costa Rica rural, onde fica Nicoya, destaca os hábitos alimentares: milho, feijão e abóbora. Parece o equilíbrio do PF brasileiro.

Os ensinamentos da série são comer com sabedoria, se exercitar naturalmente, ter amigos, família e um parceiro, e cultivar um propósito. A alegria também ajuda muito e isso o espectador constata vendo os sorrisos no rosto de todo mundo que conversa com Buettner.

“Como viver até os 100” carece de informação mais profunda aqui e ali. Passa batido em temas importantes, como a vacinação dessas populações. Mas, no geral, é inspiradora. Vale assistir.

Fonte: Patricia Kogut (07/09/2023)

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