segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Aposentadoria: Como a previdência complementar privada e aberta (bancos e seguros) estão abordando clientes em época de reforma da previdência pública


Garanta uma renda extra na aposentadoria para curtir a vida

Desde que a reforma da previdência entrou para as discussões dos brasileiros, veio também a preocupação com quanto tempo será preciso trabalhar e quanto será possível receber. Uma boa parcela desses preocupados foi procurar alternativas: poupar para uma previdência complementar.

Só em 2018, foram quase 29 milhões de fundos de previdência vendidos no Brasil (muitos brasileiros tem mais de um), número semelhante aos últimos cinco anos, segundo os dados da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP). Mas agora se vê um novo perfil.

—Estamos agora no que chamamos de segunda onda da previdência. Primeiro, esse era um produto mais procurado pela classe de alta renda. Agora, estamos tendo a entrada da classe média preocupada com a redução do benefício do INSS — afirma, Sandro Bonfim, superintendente de produtos da Brasilprev.

Para os especialistas em investimentos, esses fundos oferecem a melhor opção para garantir uma renda para a aposentadoria devido aos benefícios tributários, opções de resgate e pela acessibilidade e comodidade. Há diversas opções com um pequeno aporte mensal e com débito direto na conta corrente.

Poupar para o futuro não é ainda uma cultura dos brasileiros. Mas, a consciência de que isso é necessário está começando. E quanto antes se começar, melhor. Mais tempo os investimentos terão para render e se multiplicar. E assim, menor será o esforço de poupança.

Mas e quem já está na meia idade e ainda não juntou nada? Segundo os especialistas, com dez anos para contribuir os fundos são sim a melhor opção.

—Todos devem poupar. Mas quem tem pelo menos 10 anos terá os melhores benefícios fiscais nesse produto — diz, Victor Bernardes, superintendente de Previdência do Santander.


Cuidado com os custos
Por muito tempo, os fundos de previdência não eram considerados uma boa opção de investimento por cobrarem altos custos ao investidor. Em geral, isso mudou. Mas fique atento.

Alguns fundos ainda cobram taxas de carregamento (custo de aplicar ou resgatar), que podem chegar a 10% e corroer a poupança.

—Com uma taxa de 3% na entrada e saída de recursos, em 30 anos de contribuição, em média quatro anos são apenas para pagar essa taxa — diz Gabriel Escabin, do BTG Pactual.

Alguns fundos cobram taxas de administração (custo para gestão) abusivas, que também corroem os rendimentos. Fundos apenas de títulos públicos não deveriam ter mais de 1% de taxa

Para Gustavo Pires, sócio do Grupo XP e responsável pela plataforma de fundos e previdência da XP, a reduçãonas nas taxas do mercado de fundos se deve a modernização nos últimos anos. O que trouxe novos entrantes, mais competição, e com isso, os custos diminuiriam para o poupador.

— Desde que o assunto da reforma começou mais e mais clientes entram em contato com a corretora para saber mais sobre fundos de previdência. Hoje recomendamos esse como o melhor investimento de longo prazo, por trazer diversificação e menos imposto, principalmente na tabela regressiva, com apenas 10% de imposto em10 anos . Além disso, o mercado mudou muito e atraiu diversos gestores independentes nos últimos dois anos, o que trouxe mais competição. E com isso, opções e estratégias para serem escolhidas e um menor custo de taxas para o cliente, resultando em maior poupança futura — diz Gustavo.

Como poderei resgatar o meu dinheiro?
Ao pedir o resgate do fundo, o investidor opta por sacar todo o dinheiro, escolher uma renda por um determinado período de tempo ou ter uma renda vitalícia. Alguns fundos possibilitam combinar as opções. Assim, é possível sacar uma parte e com o restante fazer uma renda — mas, assim ela será menor.

— Nos fundos mais antigos, do qual as pessoas estão aposentadas, o mais comum é pedir renda vitalícia. Nos mais recentes, em geral em período de contribuição, vemos resgates periódicos. Damos flexibilidade para a pessoa escolher o que precisa no momento — diz Raphael de Carvalho, presidente da seguradora MetLife, que enfatiza que isso traz mais segurança para o poupador.

A mais difícil decisão fica entre optar por uma renda programada por um período, em que se corre o risco de viver mais do que o previsto, ou uma renda vitalícia, porém significativamente menor em valor. Principalmente no caso das mulheres, em que a tábua atuarial considera que elas vivem mais, e portanto, devem receber menos.

Tributação nos fundos de previdência
O que é PGBL?
A sigla significa Programa Gerador de Benefício Livre. Ele permite ao investidor um beneficio tributário durante a contribuição. Ao declarar o imposto de renda completo se pagará de imposto apenas até 12% do total da renda bruta tributável ( como salários, aluguéis, pensões ). Para isso, é preciso também ser contribuinte do INSS.

O que é VGBL?
A sigla significa Vida Gerador de Benefício Livre. Esse fundo não dá benefício tributário. Mas o imposto de renda incide apenas sobre o rendimento, e não do valor bruto como no PGBL, sendo mais rentável no resgate.

Tributação
É preciso escolher entre o regime de tributação progressivo e o regressivo . No primeiro o imposto é taxado como o imposto de renda, quanto maior o valor, maior o imposto, indo de zero a 27,5% a partir de R$ 4.664,68. Já no regressivo, o imposto vai diminuindo com o tempo de contribuição. Começando com 35% até 2 anos e chegando a apenas 10% depois de 10 anos.

Um fundo para cada perfil
Assim como nos outros investimentos, há opções conservadoras, que correm menos riscos e possuem uma rentabilidade menor, a arrojadas, que tomam risco para ter mais retorno. A escolha depende de cada perfil.

No entanto, quando se tem um longo período de investimento vale a pena correr um pouco mais de risco, segundo os assessores financeiros. Já que ao longo do tempo é possível recuperar uma eventual perda do mercado e em geral se conseguir mais retorno.

Uma simulação feita pelo Banco do Brasil mostra que uma pessoa que contribua R$1.000 por mês em um fundo por 35 anos com uma rentabilidade de apenas 0,5% a mais, consegue cerca de R$ 100.000 a mais. Por isso, a recomendação é quanto mais jovem mais risco se pode ter.

— Jovens deveriam investir em fundos com uma carteira de ações, com ganho no longo prazo. Ao ficar perto de se aposentar, melhor optar por um de renda fixa — diz, Sandra Blanco, consultora de investimentos da Órama.

Para adequar o momento de vida a melhor opção de investimento é possível pedir a portabilidade, e mudar de um fundo para o outro sem custos. Prática que tem sido cada vez mais comum, a medida que os poupadores ficam mais atentos. Segundo os dados da SUSEP, quase 139 mil portabilidades foram efetuadas em 2018, 19% a mais que no ano anterior.

Fonte: Extra (17/02/2019)

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