quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

Patrocinadoras: Acionistas debatem substituição de Eurico Teles, presidente da Oi


Acionistas da Oi já discutem a substituição do diretor-presidente da operadora, Eurico Teles, conforme apurou o Valor junto a duas fontes que acompanham de perto o processo de recuperação judicial da companhia. Entre os cinco maiores acionistas da Oi, quatro são gestoras de fundos de investimento - apenas a portuguesa Pharol (ex-Portugal Telecom) tem origem no ramo de telecomunicações.
  
De acordo com uma das fontes, o debate sobre o tema está restrito, por enquanto, ao alto comando dos fundos. Teles, que acumula a presidência da companhia com a diretoria jurídica, ficaria apenas com o segundo cargo. Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a Oi optou por não comentar o tema.  

A saída de Teles não seria algo imediato, constata uma terceira fonte, uma vez que uma decisão dessa importância teria de passar pelo conselho de administração da Oi, mas o assunto ainda não foi discutido pelo colegiado.   

Um analista de mercado de uma grande instituição financeira, que falou sob condição de anonimato, dá como certa a saída de Teles do posto de diretor-presidente da Oi. A permanência do executivo à frente da Oi por um prazo de 12 meses foi determinada, em fevereiro de 2018, pelo juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, onde tramita o processo de recuperação judicial da empresa. "Eurico foi mantido para concluir o processo de recuperação judicial. É um interlocutor hábil com o governo e o Judiciário", destaca o analista.  

A duração prevista do processo de recuperação judicial é de 24 meses, mas dois pontos cruciais do plano aprovado por credores no fim de 2017 foram implementados com sucesso: a conversão de dívida em ações e a capitalização de R$ 4 bilhões. O conflito societário entre a Oi e sua acionista Pharol foi solucionado com um acordo assinado este ano. Primeiramente, a notícia sobre a troca de comando foi publicada pelo colunista Lauro Jardim, de "O Globo".  

Segundo apurou o Valor, parte dos acionistas da Oi tem uma visão mais imediatista em relação ao retorno que a operadora pode proporcionar. Essa perspectiva contrasta com o esforço atual da Oi para repensar seu negócio, inclusive com relação à venda ou não de ativos não essenciais.  

A atual administração da companhia considera preliminar, por exemplo, qualquer discussão sobre a alienação de ativos no curto prazo. "Nossa preocupação é enxergar o melhor momento e a melhor forma de trabalhar esses ativos juntamente com os consultores [contratados para ajudar na reformulação]. Não estamos preocupados agora, neste momento, em vender qualquer tipo de ativo", afirmou Teles, em entrevista na semana passada.

Fonte: Valor (06/02/2019)

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