sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Planos CPqD: Comparativo exclusivo entre planos CPqDPrev e InovaPrev depois dos resultados de 2018 mostra defasagem notável entre rendimentos


No dia 3 de fevereiro de 2014 foi lançado oficialmente pela Sistel o plano InovaPrev, na modalidade CD (Contribuição Definida), com patrocínio da Fundação CPqD e suas empresas coligadas.

Com o lançamento deste plano, seu antecessor, o CPqDPrev, na modalidade CV (Contribuição Variável), foi imediatamente fechado a novos ingressantes.

Naquela ocasião 885 participantes ativos e 12 assistidos, suficientemente informados, optaram por migrar do CPqDPrev ao InovaPrev, mesmo conscientes que o novo plano não possuía benefícios vitalícios e que esses eram apenas vinculados a uma conta individual, com prazo para se esgotar após seu início de utilização. Hoje (nov18) o InovaPrev pouco cresceu, contando com 911 participantes e 33 assistidos.

A diferença fundamental entre os dois planos reside na fase de gozo do benefício (aposentadoria), onde no CPqDPrev o valor deste benefício, na data de sua solicitação, é fixado, definido (como nos antigos planos PBS) e reajustado anualmente pelo INPC, independente de valorização futura das cotas do plano e calculado somente em função da reserva individual acumulada (soma das contribuições do participante e patrocinadora) e de forma vitalícia. 
Na eventualidade de déficit no plano (nunca ainda ocorrido), as patrocinadoras do CPqDPrev e os participantes ativos deveriam arcar com esse e, dependendo da situação de ingresso neste plano, alguns participantes assistidos também.
Na eventualidade de superavits (pouco provável), os ganhos são divididos entre participantes / assistidos e patrocinadoras.

Já no InovaPrev a fase de participante ativo é idêntica ao do CPqDPrev (a menos da escolha do perfil de investimento do participante ativo que, apesar de prometido pela Sistel no seu lançamento, nunca chegou a ser implantado), no que se refere a fase de acumulação cotas do plano, tanto as provenientes de contribuições da patrocinadora, como as do participante.
Na fase de gozo do benefício (que não é mais definido, mas variável em função do valor das cotas do plano), o total de cotas acumuladas em conta individual tem seu início de percepção através das opções do assistido, Prazo ou Valor determinado de uso das cotas.
Não existe a possibilidade de superávits ou déficits no plano e possíveis riscos de coberturas por parte da patrocinadora. A duração do benefício é até as cotas da conta individual se esgotem, independentemente de quantos anos o assistido viverá.

Desde a implantação do InovaPrev e devido ao perfil desses participantes (plano aberto a novos entrantes e sempre mais jovens) e a aceitação de possíveis riscos (assumidos exclusivamente pelos participantes com a variação do valor das cotas), era previsto que os investimentos deste plano trariam melhor rentabilidade que do CPqDPrev. Porem não foi isso que ocorreu nos últimos anos, principalmente no decorrer de 2018 em que o rendimento do InovaPrev beirou sua meta atuarial (INPC + 4,19% aa). Naquele ano o rendimento nominal do InovaPrev foi de 8,3% enquanto a meta atuarial de todos planos previdenciários da Sistel no período foi de 7,8%.
Somente para efeito de comparação, no mesmo período acima, o CPqDPrev teve um rendimento nominal de 10,5%, o que não é desprezível.

Se tomarmos em consideração o período de 5 anos que agora se completa, desde o lançamento do InovaPrev até o final de de 2018, observamos que o CPqDPrev rendeu 70,87%, enquanto o InovaPrev rendeu 62,47%, ou seja, o rendimento do CPqDPrev ficou 8,4 pontos percentuais acima do InovaPrev, uma diferença praticamente igual a todo rendimento obtido pelo InovaPrev em 2018.

Fica então uma constatação adicional daquilo que vimos defendendo neste blog desde o lançamento do InovaPrev em fevereiro de 2014, de que os novos planos de previdência fechada na modalidade Contribuição Definida - CD, independentemente da entidade que os gerencie, são sempre bons para as patrocinadoras e nem sempre tão bons aos participantes.

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