sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Aposentadoria: Aplicações conservadoras por longo prazo podem ser boas alternativas para aumentar a renda




É importante pensar desde cedo na hora de parar de trabalhar

Mudanças nas regras na aposentadoria com a reforma da Previdência tornam ainda mais importante que o contribuinte faça um planejamento financeiro para ter outra fonte de renda quando deixar de trabalhar. A aposentadoria máxima paga pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) neste ano é de R$ 5.839,45. Formar uma reserva durante o período ativo no mercado de trabalho é fundamental para ter uma complementação de ganhos quando parar de trabalhar.

Várias aplicações podem servir para criar uma reserva de longo prazo. As mais conhecidas são de renda fixa, como Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCI e LCA), os Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e os Títulos do Tesouro. Mas, para além do tipo de investimento escolhido, a regularidade das aplicações é o fator fundamental na formação da reserva para a aposentadoria, de acordo com o educador financeiro do serviço Meu Bolso Feliz, José Vignoli: 

— Independentemente de o quanto a pessoa pode guardar, a constância permitirá que ela consiga juntar um valor significativo. A reserva financeira, então, precisa ser planejada e ser um hábito mensal. O importante é definir uma quantia, fazer as contas e ver se ela será suficiente para atingir o montante da aposentadoria pretendida pela pessoa no futuro.

O melhor é começar a poupar e investir o mais cedo possível, afirma o professor da PUCRS e educador financeiro Leandro Rassier. Ele diz que é possível encontrar em alguns bancos e corretoras alternativas de renda fixa com vencimentos mais longos que podem garantir taxas de 0,6% ao mês, o equivalente a 112% das aplicações atreladas aos certificados de depósito interbancário (CDI), atualmente em 6,35% ao ano.

Investimentos tradicionais nem sempre são lucrativos
Rassier alerta que os investimentos tradicionais dos brasileiros são questionáveis para a formação da reserva destinada para a aposentadoria. Na poupança, o rendimento é muito baixo. E os imóveis comprados para gerar lucro com aluguéis, tradicional forma de economia dos brasileiros, podem ser menos vantajosos do que se pensa. Dependendo das características do imóvel, do tempo que fica desocupado e das oscilações do mercado imobiliário, é possível que renda menos do que a caderneta de poupança, alerta o especialista.

– O imóvel é sinônimo de segurança, mas, se não der renda, pouco adianta – ressalta o economista, citando produtos como fundos multimercados (que aplicam em renda fixa e renda variável) e Tesouro Direto como outras opções.

A receita, entendem os especialistas, pode ser formada por uma espécie de tripé financeiro, com as contribuições para aposentadoria oficial, um plano de previdência complementar e, como cereja no bolo, investimentos mais sofisticados, que possam remunerar melhor do que a poupança, o instrumento mais popular no Brasil.

Maioria dos brasileiros não poupa
Apesar da importância de se criar a reserva para aposentadoria, a grande maioria dos brasileiros não se planeja para garantir sua tranquilidade financeira quando precisar ou desejar parar de trabalhar. 

A pesquisa O Preparo para Aposentadoria no Brasil, realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em 2018, indica que quase oito em cada 10 brasileiros (78%) admitem que não estão se preparando para a hora de se aposentar. 

A estimativa levantada pela pesquisa é de que cerca de 104,7 milhões de adultos acima de 18 anos ainda não aposentados não se preparam para esta fase da vida. Entre os principais motivos, 47% alegam que não sobra dinheiro e 22% relatam que estão desempregados. Outros 19% começaram a guardar dinheiro com esse objetivo, porém não conseguiram continuar devido a problemas financeiros e 15% têm outras prioridades.

— Depender apenas do INSS não é recomendável. O ideal é pensar em uma combinação que reúna a previdência pública, que é vitalícia, e uma preparação por conta própria, que comece cedo e seja constante ao longo dos anos — orienta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Conforme a pesquisa do SPC Brasil e da CNDL, entre os brasileiros que poupam ativamente para aposentadoria, 69% guardam dinheiro mensalmente, 18% a cada dois ou três meses e 5% aproximadamente três vezes ao ano. Poupam sem frequência cerca de 6% dos consultados. Em média, o valor reservado independentemente da frequência, é de R$ 371,38 por aporte. Entre os que poupam ativamente para a aposentadoria, o valor médio total aplicado  é de R$ 20.726,76. 

Fonte: GauchaZH (26/07/2019)

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