sábado, 7 de maio de 2022

Fundos de Pensão: Transparência e comunicação da EFPC com seus participantes é discutida em painel da Abrapp



Propostas para a transparência de planos foi um dos temas dos dois últimos painéis do Encontro Regional Centro-Norte + Nordeste, realizado na quarta-feira, 4 de maio, através de plataforma online. Somados, os participantes desta edição e dos encontros anteriores, representaram um público total de cerca de 2000 pessoas na série deste ano.

No painel “Transparência e engajamento dos participantes”, o Diretor Executivo da Regional Nordeste, Augusto da Silva Reis destacou que a transparência é um valor indelével da atuação das entidades fechadas, que devem prestar informações e conhecimento para aqueles que fazem parte de nossa razão de ser, ou seja, os participantes e assistidos. “A transparência é um dos princípios básicos da governança da entidade. É fundamental transmitir não apenas informações, mas também, conhecimentos com o objetivo de produzir maior engajamento”, disse.

Augusto Reis ressaltou que a comunicação é uma ferramenta que está em processo de grande transformação devido aos avanços da tecnologia digital. E as EFPC devem enfrentar um dos principais dilemas da área, que é a necessidade de segmentação dos destinatários. “Temos um público formado por diferentes gerações, com cultura e expectativas diferentes. Devemos levar em consideração para buscar aperfeiçoamento na maneira de comunicar”, comentou o Diretor da Abrapp.

O direito de acesso à informação pelo participante, já garantido pela Constituição de 1988 e pelas Leis Complementares de 2001, foi reforçado com a publicação da Resolução CNPC 32/2019, afirmou Carlos Marne Dias, Diretor de Fiscalização e Monitoramento da Previc. Ele explicou que a resolução é o carro-chefe das diretrizes sobre a divulgação de informações para os participantes e assistidos.

Após a publicação da nova resolução, coincidiu o início da pandemia de covid-19 no início de 2020. Com a pandemia, cresceu de forma exponencial a demanda por transparência e informação junto às EFPC, à medida que os participantes buscavam proativamente saber como estava a situação das entidades e de suas reservas.

O Diretor da Previc abordou quais são as principais demandas por informações em cada tipo de plano, seja de benefício definido (BD), contribuição definida (CD) ou contribuição variável (CV). Por exemplo, nos planos BD, os participantes demonstram maior interesse em temas como a distribuição de superávit ou equacionamento de déficit. Nos planos CD com escolha de perfil de investimentos, o interesse está mais voltado para o desempenho das cotas.

A informação deve ser transmitida de forma clara e acessível de acordo às características do público de participantes. A entidade deve seguir a orientação para que a informação esteja acessível. Às vezes, o excesso de informações pode até atrapalhar. Também não ajuda se a linguagem não for clara e simples. A prestação de informações deve ser realizada de maneira tempestiva, disse Marne. Ele opinou que a comunicação é um tema bastante adequado para ser tratado no âmbito da autorregulação, lembrando que a Abrapp tem despendido grande esforço para avançar neste campo.

Maria Elisabete Teixeira, Diretora de Seguridade da Valia, reforçou a importância da comunicação entre a entidade e o participante para a construção da confiança. O período de participação em uma entidade pode durar mais de 20 ou 30 anos e a relação de confiança é sumamente importante para produzir maior engajamento e uma relação construtiva. Ela observou que somente enviar ou dar acesso à informação não garante a transparência, uma vez que a forma como a informação é apresentada pode dificultar seu entendimento ou localização pelo participante.

Um dos aspectos abordados pela Diretora da Valia é o incentivo à consulta do benefício teórico do plano pelo participante. Ela explicou que a Resolução n. 32/2019 incentiva a maior participação e acesso à informação pelos participantes para que possam ampliar a interação com o plano. Nesse aspecto, a simulação dos benefícios é um ponto fundamental para evitar frustrações futuras.

As entidades devem utilizar todos os veículos disponíveis para atingir os participantes. Hoje o acesso às ferramentas de comunicação de redes sociais são muito acessíveis e com custo baixo. O Whatsapp por exemplo é um veículo muito utilizado pela Valia e que se mostra bastante eficaz para chegar ao maior número de pessoas.

A Valia utiliza em sua estratégia de comunicação as “personas”, personagens fictícios que representam os diferentes perfis de clientes e suas necessidades específicas. Fazer esse tipo de segmentação, que parte de estudos e da escuta ativa feita com o participante, pode gerar resultados surpreendentes para a escolha da linguagem e dos canais mais adequados para cada perfil de público.

Conheça seu público

Luciana Ribeiro, Coordenadora da Comissão Técnica Centro-Norte de Estratégias e Criação de Valor da Abrapp, fez um convite para as entidades buscarem conhecer a sua “massa”. Ou seja, não só olhar para fora na busca por novos públicos, mas extrair os insights valiosos da sua própria base de dados, tesouro que as entidades possuem na mão, e identificar os diferentes perfis de participantes, criar as personas, e melhorar a comunicação com eles.

Gerente de Seguridade do Sebrae Previdência, Luciana contou que a entidade criou o seu próprio influenciador, um colaborador que leva a informação de maneira mais leve ao público em canais como o Instagram e o YouTube. A entidade também utiliza os profissionais de relacionamento, que mantêm contato frequente e são reconhecidos pelos participantes, para trabalhar a comunicação de temas importantes. Ela esclareceu que o uso do Whatsapp está mais voltado para o relacionamento com o participante, como um veículo de comunicação mais rápido e dinâmico.

A profissional destacou que a base de dados é o coração da entidade. É uma ferramenta muito rica para conhecer o participante e proporcionar melhor comunicação com o público. Com uma base de dados completa e bem organizada, é possível conhecer o núcleo familiar, os interesses e os hobbies dos participantes. Isso pode trazer insumos para permitir a segregação dos diferentes públicos da entidade para elaborar uma comunicação mais segmentada.

Fonte:  Abrapp (05/05/2022)

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