segunda-feira, 30 de maio de 2022

Inovação: Unicamp ganha Centro de Pesquisa em Engenharia de Redes e Serviços Inteligentes e três Centros de Ciências

 


O pacote de investimentos da Fapesp – que nesta semana celebra 60 anos de existência - totaliza R$ 990 milhões

Quatro projetos da Unicamp foram aprovados no pacote de financiamentos anunciado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) nesta quarta-feira (25). A Universidade irá abrigar um Centro de Pesquisa em Engenharia (CPE) em redes e serviços inteligentes e três novos Centros de Ciência e Desenvolvimento (CCDs), nas áreas da saúde, políticas públicas urbanas e de transição energética.

O pacote de investimentos da Fundação – que nesta semana celebra 60 anos de existência - totaliza R$ 990 milhões e prevê a criação de três novos Centros de Pesquisa em Engenharia e 15 novos Centros de Ciência e Desenvolvimento, bem como editais de apoio à infraestrutura de pesquisa. As chamadas se destinam à aquisição de equipamentos multiusuários para uso científico, tecnológico e em inovação e para centros depositários de informações e acervos documentais.

Os CPEs são um modelo de financiamento à pesquisa que integra os setores empresarial e acadêmico em um arranjo que, segundo o diretor científico da Fapesp Luiz Eugênio Mello, tem se mostrado bastante eficiente. De acordo com ele, o estado de Nova York (EUA), que adota o modelo, conta com 15 desses centros. Com o anúncio desta quarta-feira (25), a Fapesp passa a apoiar 23 CPEs.

Os centros irão mobilizar mais de R$ 1,5 bilhão em atividades de pesquisa. "Com isso, os R$ 325 milhões alocados pela Fapesp serão praticamente multiplicados por cinco”, destacou Mello. O CPE em Redes e Serviços Inteligentes 2030 (Smartness) será instalado na Unicamp em uma parceria com a Ericsson. “O Smartness 2030 é uma iniciativa única”, afirmou o pesquisador da Unicamp Christian Rothenberg, responsável pelo CPE. “Os desafios do Centro são projetar e operar as redes de telecomunicações no horizonte de 2030 e, ao mesmo tempo, formar os recursos humanos necessários para isso”, acrescentou.

Segundo a pesquisadora da Ericsson, Maria Valéria Marquezin, a parceria irá permitir pesquisas nas áreas de computação de borda. Ela realiza o processamento, análise e armazenamento de dados mais próximos do lugar onde são gerados, a fim de obter análises e respostas rápidas, quase em tempo real, programabilidade de redes, arquitetura cognitiva, segurança e sustentabilidade.

Além dos pesquisadores da Unicamp e da empresa, o programa contou com apoio de 50 pesquisadores associados de várias instituições brasileiras. O investimento previsto é de R$ 56 milhões. Os outros dois CPEs anunciados pela Fapesp são uma parceria entre a farmacêutica GSK e o Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, na área de imuno-oncologia, e um acordo da Embraer com o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) na área de mobilidade aérea, inclusive para desenvolver motores elétricos para aviões.

Centros de Ciência para o Desenvolvimento 

De acordo com o presidente do Conselho Técnico-Administrativo da Fapesp, Carlos Américo Pacheco, os Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs) deverão  produzir o que chamou de “pesquisa orientada”.

A missão dos CCDs seria apoiar pesquisas que tenham impacto social ou econômico específico, respondam a desafios de órgãos públicos e sejam relevantes para o desenvolvimento. Entre os projetos selecionados, há iniciativas voltadas a garantir a segurança hídrica e alimentar, buscar soluções para resíduos e embalagens, desenvolver biofármacos e gerar inovações que melhorem a saúde humana e animal.

O CCD a ser instalado na Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação irá se dedicar à transição energética do Estado de São Paulo. A supervisão será do professor Luiz Carlos Pereira da Silva. “Trata-se de um tema estratégico para o país e para a Unicamp”, disse o pró-reitor de pesquisa, João Romano. “Existem vários grupos de pesquisa na Universidade estudando transição energética, energia verde e novas formas de energia. O grupo do professor Luiz Carlos talvez seja um dos mais maduros”, acrescentou ele.

Já o CCD sob supervisão da professora Maria Gabriela Celani, da Faculdade de Engenharia Civil e Urbanismo, pretende estabelecer diretrizes para a estruturação de novas áreas urbanas de inovação. “Esse tema lembra nosso HIDS (Hub Internacional para o Desenvolvimento Sustentável). A professora Maria Gabriela Celani vem trabalhando com isso desde a gestão anterior. A sinergia entre esse Centro e o HIDS, que é um projeto que a reitoria vê com bons olhos, tem um grande valor para nós”, avalia Romano.

O terceiro CCD, proposto pela professora Joyce Bizzacchi, da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), tem como objetivo levantar dados epidemiológicos do tromboembolismo venoso para formular estratégias para o SUS (Sistema Único de Saúde). “A professora Joyce é uma pesquisadora muito vivaz, entusiasmada com tudo que faz. Um Centro ligado à área da saúde será crucial para a Unicamp”, afirmou o pró-reitor de pesquisa.

Êxito da Unicamp 

O reitor Antonio José de Almeida Meirelles se disse entusiasmado com o desempenho dos projetos propostos. “Nosso êxito mostra a força da Unicamp na postulação desses recursos, em áreas de destaque, e a força da ciência paulista com o suporte da Fapesp”, disse ele. Para o reitor, o bom desempenho decorre da qualidade dos projetos apresentados e do entusiasmo dos novos professores e pesquisadores.

“Esse pessoal tem energia para desenvolver grandes projetos de pesquisa, estabelecer contato com empresas e atraí-las para o investimento. O entusiasmo dos novos potencializa o processo”, acredita o reitor.

Fonte: Unicamp (26/05/2022)

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